quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Atomkraft? Nein danke!



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Sobre Energia Nuclear,
antes, n'A Sombra:

Factos de 2005
VI - Nuclear? Depende, obrigado.



Patrick Monteiro de Barros diz que foi dado
"pontapé de saída do nuclear em Portugal"

"Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida porque há 22 meses lancei uma ideia enquanto empresário, mas nunca pensei chegar ao dia de hoje e ver com esta reunião ser dado o pontapé de saída do nuclear em Portugal", afirmou o empresário na conferência organizada pela Ordem dos Engenheiros com o apoio das associações empresariais.
O empresário apresentou em Junho do ano passado um projecto de construção de uma central nuclear em Portugal com um investimento de 3,5 mil milhões de euros. O projecto prevê uma potência instalada de 1600 megawatt (MW) e levaria sete anos depois da sua aprovação a entrar em funcionamento.

(in Público Online, 22.02.2006)

A ofensiva pela energia nuclear (fissão) em Portugal continua.
No Público (edição impressa) de hoje, Pedro de Sampaio Nunes explica "porque sim" e Aníbal Fernandes termina o seu "porque não", iniciado no passado dia 15. A leitura destes artigos é importante (não estão disponíveis na edição impressa online do Público, nem quero imaginar porquê! Apenas lá está o artigo de abertura do destaque sobre o nuclear), sobretudo por demonstrar em que se baseia a tese do "sim" e como a desconstroi o "não".

É certo que a fusão nuclear vem longe, mas não tão longe que demore 100 anos a desenvolver. O tempo médio que levaria a planificação, construção, exploração, encerramento e demolição de uma central nuclear de fissão é praticamente o mesmo. Se a dita central, do "benemérito" Patrick Monteiro de Barros, fosse aprovada este ano e iniciasse a construção até Dezembro, demoraria até 2013 a ficar pronta, trabalharia até 2053 ou 2063, encerraria o ciclo e permaneceria estanque até 2083 ou 2093 e o seu desmantelamento demoraria alguns anos mais, até 2096 ou mesmo 3000, incluindo o acondicionamento e "exportação" dos resíduos para "locais seguros" (aliás, inexistentes).
Em 2090 ou 3000, já os países da primeira linha andarão a fusão nuclear e nós teremos de enterrar as relíquias radioactivas na nossa rica terrinha, que remédio.

O certo é que nenhum de nós estará cá para ver essa desgraça, embora todos vejamos em breve os resultados práticos de tal atentado espelhados no modo de vida de alguns senhores bem colocados neste país, no caso de ter sido este, de facto, um dos dias mais felizes de P. Monteiro de Barros. Espero que não. A ser assim, este será um dos dias mais infelizes das vidas dos que, como eu, prezam o futuro dos seus filhos acima de iates de 18 metros ou automóveis de meio milhão de euros...

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