quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Out of fear and respect...



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Neste espaço, algumas considerações sobre uma das
discussões do momento, a propósito deste assunto
(cortesia de jcd - Blasfémias):

Não nos sequestrem.

Entrada completa.





Eu já não me dava muito bem com a minha vizinha, que é daquelas beatas que vai à missa todos os dias e que sabe de cor todos os salmos, rezas e a história de todos os santinhos, mas perdi a pachorra.

Ela sabe que eu não acredito em nada dessas merdas, mas como mora mesmo em frente a mim, ela no primeiro direito e eu no primeiro esquerdo, tenta manter um clima de civilidade que me soa algo falso, porque é mesmo. Quando nos cruzamos, se for absolutamente impossível fazer de conta que não me vê, como quando me encontra dentro do prédio, lá me cumprimenta, mas é só e era assim que eu gostava. Quanto a mim, até por questões de condomínio, sempre evitei cortar relações por completo, mas agora foi demais.

Ontem, atingi o limite.
Então não é que chego a casa e dou com ela a conversar com o meu filho nas escadas? A conversa morreu ali mesmo, mas quando o miúdo me disse que ela estava a tentar convencê-lo a ir à catequese, passei-me! Fui bater-lhe à porta e, quando a abriu, berrei-lhe que me estava a cagar para a religião dela, que ela era um anacronismo (lixei-a com esta), que não a queria ver mais de volta do meu filho e que o Papa era um filho da puta.
O marido dela, que até me parecia um tipo tranquilo, veio a correr à porta ver o que se passava e eu aproveitei para lhe dar logo um valente estalo no focinho, que eles não me assustam. Aliás, era o que me estava a apetecer dar à estúpida da mulher dele, mas não podia, que eu não bato em mulheres!

A fulana, então, começou a gritar que era a liberdade de expressão dela que estava em causa e que podia dizer o que lhe apetecesse a quem lhe apetecesse, mas eu berrei-lhe mais alto que ela estava a confundir liberdade de expressão com liberdade religiosa e que o Papa era mesmo um filho da puta.
Nessa altura deu-lhe um amok e caiu para o lado, o marido levou-a para dentro de casa e eu fui a correr imprimir em formato A2 aquele cartoon do António com o preservativo no nariz do filho da puta do Papa, que por acaso até já morreu, e espetei-o do lado de fora da minha porta, mesmo em frente à dela.

Sempre quero ver se tem a lata de o tirar. Aí é que vai ser! Leva o marido, leva ela e leva quem mais me quiser privar do meu direito à liberdade de expressão.
Além do mais, o Papa é mesmo um filho da puta.

Rui Semblano


nota:
Se não perceberam, paciência. Não desenho.

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