sábado, dezembro 17, 2005

Corsária

Mais uma das inúmeras razões pelas quais tinha saudade da Blogosfera.
Deambulando pelo "blogospaço" dou com uma entrada que me fez recordar a infância; fala do meu jogo favorito das manhãs do dia de Natal, sempre com o meu padrinho: o Mikado.
Mais abaixo, fez-me rir:

"Li na Visão que o meu beloved Lobo Antunes anda a aprender Russo. A única diferença é que ele anda a aprender, segundo o próprio, por amor a Tolstoi. O meu caso é mesmo por pura insanidade mental. Seja como for, não deixa de ser curiosa a coincidência (ou então não e eu é que sou demente e tal... não faz mal)."

Quem seguiu o link já sabe do que e de quem falo.
O Port Moresby já está debaixo de olho e não tarda nada está na lista de bloglinks d'A Sombra; questão de o conhecer melhor e à Vera (o Mikado já é um plus!)

Um abraço,
RS

Tryo


L'Hymne De Nos Campagnes

Si tu es né dans une cité HLM
Je te dédicace ce poème
En espèrant qu'aux fonds de tes yeux ternes
Tu puisses y voir un petit brin d'herbe
Et les man faut faire la part des choses
Il est grand temps de faire une pose
De troquer cette vie morose
Contre le parfum d'une rose

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !

Pas de boulots, pas de diplomes
Partout la même odeur de zone
Plus rien n'agite tes neurônes
Pas même le shit que tu mets dans tes cônes
Va voir ailleurs, rien ne te retient
Va vite faire quelque chose de tes mains
Ne te retourne pas ici tu n'as rien
Et sois le premier à chanter ce refrain !

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !


Assieds-toi près d'une rivière
Ecoute le coulis de l'eau sur la terre
Dis-toi qu'au bout, hé il y a la mer
Et que ça ça n'a rien d'héphémère
tu comprendras alors que tu n'es rien
Comme celui avant toi, comme celui qui vient
Que le liquide qui coule dans tes mains
Te servira à vivre jusqu'à demain matin

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !

Assieds-toi près d'un vieux chène
Et compare le à la race humaine
L'oxygène et l'ombre qu'il t'ammène
Mérite-t-il les coups de hache qui le saigne ?
Lève la tête, regarde ces feuilles
Tu verras peut-être un écureuil
Qui te regarde de tout son orgueuil
Sa maison est là, tu es sur le seuil...

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !
Hey !
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !


Peut-être que je parle pour ne rien dire
Que quand tu m'écoutes tu as envie de rire
Et si le béton est ton avenir
Dis toi que c'est la forêt qui fait que tu respires
j'aimerais pour tous les animaux
Que tu captes le message de mes mots
Car un lopin de terre, une tige de roseau
Servira la croissance de tes marmots !
Servira la croissance de tes marmots !

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !
C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort use tes cordes vocales !
Hey !


Peace. (RS)
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Sábado de manhã


A Nina olha-me da sua toca e pensa
"Mas ele não sabe que é Sábado?", ao
ver-me pronto para sair para o atelier...

É. Às vezes, Sábado de manhã não é Sábado de manhã... (suspiro) Por isso, seus sortudos "nine-to-fivers", aproveitem o Sol! Ou o quentinho da "toca".
É que nem todos podem ser gatos!

É melhor ir, antes que a Nina me convença de que é Sábado de manhã. Posted by Picasa

Dynamic Duo


Um caso a pensar.
Seriamente.


nota:
Ando meio farto dos firewall-crashers... :)
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A rapariga sob a lanterna...


Aus dem stillen Raume, aus der Erde Grund
Hebt mich wie im Traume dein verliebter Mund.
Wenn sich die spaeten Nebel drehn,
Werd' ich bei der Laterne stehn
Wie einst Lili Marleen, wie einst Lili Marleen


Lili Marleen
Poema: Hans Leip (1917?)
Música: Norbert Schultze (1938)
Intérprete em causa: Marlene Dietrich (1940?)



Baseada num poema escrito por um soldado alemão durante a Primeira Guerra Mundial, Lili Marleen (Marlene em inglês) foi transposta em música por um compositor alemão em 1938, sendo difundida por rádio em emissões especiais para o DAK (Deutsches Afrikakorps) em 1941, momento a partir do qual se tornou popular entre os soldados de todas as partes em conflito, em especial os ingleses e os norte-americanos e, evidentemente, os alemães.

A razão de tal fenómeno, não exclusivo desta melodia (veja-se como os marinheiros alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, gostavam de It's a long way to Tipperary, outra herança da Grande Guerra), não tem a ver somente com a qualidade da canção em si, mas sobretudo com o romantismo do tema, pois fala de um jovem soldado na frente de batalha que sonha rever a sua amada, imaginando-a esperando por ele no local onde disseram adeus.

Já muitas intérpretes haviam cantado Lili Marleen antes de Marlene Dietrich, mas é dela a interpretação mais famosa, e em alemão, apesar das "conversões" para inglês, algumas com subliminares mensagens antinazis. Existem mesmo versões desta melodia em quase todas as línguas cujas nações conheceram ditaduras, mas isto por razões mais desviantes e bacocas.

Sem querer, tropecei num blog que ilustra sonoramente esta multiplicação de Lilis, como pano de fundo para a exaltação de coisas como a "raça" e a "nação". O tipo de blog que considera o Futurismo como enaltecedor da ideologia fascista, por exemplo; tudo pérolas de cultura.

Ó senhores, a Marlene já era cidadã norte-americana quando cantou esta canção pela primeira vez! Além disso, como deixei nos comentários de uma das Lilis em presença, continuo na disposição de vos indicar o paradeiro dela entre 1930 e 1945 (incluindo as tournées no Norte de África para animar o Oitavo Exército de Sua Majestade, em que cantou Lili Marleen!).

Haja pachorra para estes broncos que nos saem ao caminho a cada pedra em que tropeçamos e se levanta...
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sexta-feira, dezembro 16, 2005

Acordo Ortográfico (é assim que se escreve?)

"Portugal pode pedir adiamento para aplicar Acordo Ortográfico"
(in Público, 16-12-2005)

E quando eu pensava que isto já estava esquecido e enterrado, eis que alguma alminha iluminada decide colocar a questão na ordem do dia, talvez por via de alguma obscura e perversa relação com a polémica prova de Português do 12º ano.

No artigo do Público de hoje, da autoria de Kathleen Gomes, uma das melhores descrições das reais consequências de pôr em prática este infeliz acordo:

“Quinze anos depois, os portugueses continuam a escrever "óptimo" e não "ótimo", "factura" e não "fatura" - uma das mudanças mais radicais previstas no projecto era a eliminação das consoantes mudas, "brasilificando" assim o vocabulário português.”

De facto, é disso que trata este famigerado acordo (perdoem-me, mas não me canso de o adjectivar); por muito respeito que me mereça o Brasil, até por ser filho de uma espantosa senhora que nasceu no Rio de Janeiro e ter família em Porto Alegre e Florianópolis, acho que Brasileiro é brasileiro e Português é português. O seu a seu dono. Os brasileiros não ganham nada com a meia dúzia de palavras que seriam “convertidas” para Português e nós, o que teremos nós a ganhar com as 2600 que seriam adaptadas a formas usadas noutros PALOP (a maior parte do Brasil)?
Talvez esteja na hora de ressuscitar o velho Movimento Contra o Acordo Ortográfico. Até porque é no silêncio dos povos que os déspotas encontram forças.

Que raio de país, onde os professores de Português consideram má a decisão do Ministério da tutela em voltar atrás no retirar do exame de 12º ano a essa disciplina e onde os neonazis acham que Marlene Dietrich era amante de Adolf Hitler (para além da Eva e de Blondi, claro!).
Será a ignorância mesmo uma benção?

Edmonton vs Canadiens

Como é que me chamou a atenção um jogo de hoquei no gelo entre os Edmonton Oilers e os Montreal Canadiens? Bom, tudo aconteceu porque era o jogo que a Émilie estava a ver quando escreveu a sua primeira entrada de sempre num blog. Esta jovem franco-canadiana deu o primeiro passo na blogosfera e caíu logo n'A Sombra, vá-se lá saber porquê!

O mundo blogosférico tem destas coisas, mas eu sempre tive uma queda para as mulheres francófonas (desde a primeira vez que vi "Os Pequenos Vagabundos"!) ou não fosse casado com uma francesa! (Aliás, ela já me descascou por ter dado dois erros nos comentários que escrevi à Emy!)

É o segundo blog estrangeiro a constar da lista de Bloglinks d'A Sombra, à direita, em Blogosphere. Bienvenue, Émilie!

nota: Montreal perdeu o jogo por 5-3. Dommage. :)

X-Post






SCULLY: We open doors with the X-Files, which lead to other doors.
THE X-FILES Requiem (7x22) Posted by Picasa

Operações Especiais

No âmbito da entrada anterior, sobre o tipo de missões a desempenhar pelos militares do EUA num Iraque controlado pelos próprios iraquianos, é o próprio Senador Kerry que, de forma leve e irreflectida, sugere as Operações Especiais como o mais indicado. Esta sugestão implica uma drástica redução do número de militares no terreno; de facto, quase todos os efectivos dos fuzileiros, do exército e da Guarda Nacional, restando algumas unidades de protecção às bases de apoio das forças especiais, geralmente Rangers ou Deltas, por vezes SEAL's.

O que Kerry não explica é como resultaria no Iraque uma táctica que, no passado distante como no recente (Vietnam e Afeganistão) não apenas se revela errada como conduz à escalada do nível de intervenção para as forças regulares.

Não vou recorrer ao Case Study vietnamita (francês ou norte-americano), para não ser acusado de comparar o incomparável. Vou referir-me ao Afeganistão, país islâmico, no qual a intervenção militar da OTAN está em pleno curso. De facto, nesse país, o contingente militar norte-americano é muito menor que no Iraque (uma proporção aproximada de 1 para 10), sendo a maior parte dele constituído por forças especiais, desempenhando as tais missões para as quais estão vocacionadas e deixando as operações de "rotina" para as forças da coligação. Resultado? Infelizmente, o exemplo melhor do fracasso da intervenção militar no Afeganistão é português. Um elemento dos Comandos portugueses, destacado para um perímetro que nada tem a ver com o teatro das forças especiais dos EUA, foi vítima de um engenho explosivo. Sem efectivos regulares que controlem eficazmente um país sem capacidade própria para o fazer, as forças especiais apenas "incomodam" o suposto inimigo, sem lhe causar grande dano. Daí o crescente apelo dos EUA à OTAN para um maior envolvimento. E por via do Iraque, claro.

No Iraque, à falta de carne para canhão europeia, são os miúdos dos Marines e os "weekend soldiers" da Guarda Nacional que cobrem as acções das forças especiais, e estas têm mais impacto, mas nem por isso a situação é melhor que no Afeganistão. É até bem pior, embora a proporção de norte-americanos mortos em combate seja de 10 para 1 em relação àquele país; exactamente o inverso das tropas em presença nos dois teatros. Porém, a esmagadora maioria destas mortes dá-se entre as forças especiais no Afeganistão e entre os regulares no Iraque.

Já devem ter chegado à mesma conclusão que os generais do Pentágono: não há modelos certos para situações deste tipo. Só os afegãos e os iraquianos podem resolver os seus problemas. A ajuda que G. W. Bush diz levar a esses países, a tal injecção de democracia, só causa problemas. Os europeus ocidentais, no geral, já estão mal preparados para lidar com a realidade islâmica, mas os EUA ainda o estão menos; sobretudo sendo um país tendencialmente contra tudo o que é árabe (entenda-se anti-israelita, que é o que eles entendem por árabe, na grande maioria).

Alternativas?
Agora não resisto, desculpem lá, mas talvez bombardear Meca. Já tentaram o mesmo em Hanói e deu no que deu...

Bottom line?
A retirada é inevitável. Resta saber quando vai G. W. Bush admiti-lo. A julgar pelo tempo que demorou a admitir que o enganaram quanto às ADM iraquianas, aí uns dois anitos. Esperemos que menos. E o Afganistão não vai ser diferente.


Fight the future...
(the X-Files)


nota de actualização:
Sobre os militares portugueses no Afeganistão em A Sombra ver também aqui.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Dubya vs Kerry




G. W. Bush na CBS e J. F. Kerry na CNN.
Dois olhares sobre o Iraque no dia das eleições nesse país.

Com o passar do tempo, mais óbvia se torna a dificuldade que os norte-americanos têm em compreender o mundo árabe e, em especial, a rua árabe. Desde o "missão cumprida", de 1 de Maio de 2003, a bordo do USS Abraham Lincoln, G. W. Bush continua convencido que a sua causa é das mais nobres que existem, quer os árabes o reconheçam ou não. Quanto a J. F. Kerry, desde aquele Novembro triste de 2004 que se recusa a falar sobre a retirada das tropas norte-americanas do solo iraquiano.

O presidente, finalmente, reconhece o quanto estava errada a informação que lhe foi passada (ou é o que dizem) sobre as ADM no Iraque, mas persiste no lema "ficaremos no Iraque até cumprirmos a missão e nem um dia mais" - mesmo que esse dia seja daqui a vinte anos.
O senador, timidamente, vem apontar o dedo à forma como são empregues as forças norte-americanas no teatro de operações iraquiano, realizando missões de alto risco, como patrulhamentos e buscas casa a casa, que já deveriam estar a ser feitas pelas forças de segurança iraquianas ou pelas suas forças armadas.

Ao presidente: já vens tarde, filho.
Ao senador: a ser como diz, que missões cumpririam os soldados norte-americanos?

Parece que, adaptando, continua a ser mais o que nos separa do que aquilo que nos une, falando da UE e dos EUA; seja um republicano ou um democrata a residir na Casa Branca...

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quarta-feira, dezembro 14, 2005

Cat

Cara Catarina (100nada),

Manda a boa educação que não passe despercebida uma lisonja, mesmo imerecida, pelo que agradeço o gesto e assim retribuo, a propósito de uma fresca troca de "galhardetes":

O 100nada foi um dos primeiros blogs que descobri, ao dar os primeiros passos na blogosfera. Com ele confirmei a minha noção de blog; um espaço privado aberto ao público, onde nem sempre o que parece é, mas onde sempre é o que parece para os que conhecem o autor (ou a autora) do dito. Um dia, ao entrar num daqueles sítios onde me conhecem pelo nome e me trazem o que quero sem eu pedir nada, trouxeram-me feijoada fria. Como o Poeta, paguei a conta e saí.
Afinal, eu apenas frequento aquele espaço. E tenho cozinha em casa.

Um grande abraço (cheio de saudade) para a Catarina.

RS

nota: no link acima, para os Arquivos d'A Sombra, descer na página encontrada até ao post "Mais nada".

Motivos 1


O principal motivo do afastamento d'A Sombra durante todos estes meses... Vida nova, casa nova, problemas novos e alegrias renovadas.

Foi a 31 de Julho de 2004.
Igreja templária de Santa Maria do Olival.
Tomar.

Porquê Tomar?
Porque, pelo meu lado, teria sido no Porto e, pelo lado da noiva, teria sido em St. Dié des Vosges...

Vive la France!


nota:
Esta tinha de ser a primeira imagem a surgir n'A Sombra.
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terça-feira, dezembro 13, 2005

Relembrar

Para os que entretanto, e muito naturalmente, se desabituaram do MO d'A Sombra, convém relembrar alguns aspectos relativos ao funcionamento deste blog:

A Sombra é um blog editorial, isto é, a interacção processa-se via e-mail e são editados os comentários aprovados pela "gerência" (quem me conhece sabe que isto não significa só publicar o que é lisongeiro para A Sombra - basta ir aos arquivos para o comprovar).
Assim, se quer desancar n'A Sombra, use o nosso e-mail (a-sombra@netcabo.pt) fazendo copy-paste do endereço no cabeçalho ou na coluna da direita.

Por falar em arquivos, para além do automático do Blogger, A Sombra dispõe de arquivos manuais com as entradas por títulos ordenadas semanalmente e links para cada semana.
Procurem na coluna da direita em "Arquivo Ano I" e "Arquivo Ano II".

Quanto aos nossos blog links, são extremamente selectivos. Se um blog lá está é por ter merecido a minha atenção e é um sítio que visito regularmente. Os históricos, hoje inactivos, estão mais abaixo. Espero que alguns ressuscitem, como A Sombra.

That's all, folks.
For now...

Oops...

O e-mail actual é a-sombra@netcabo.pt.
Por lapso, no regresso, esqueci-me de alterar o e-mail d'A Sombra no cabeçalho, embora o tenha corrigido na coluna da direita, em "faça sombra", e nos dados pessoais do Blogger. Agora está bem.

Aos que tal possa ter induzido em erro, as minhas desculpas.

nota:
Deus... Até dos posts técnicos como este tinha saudades!
Good to be back home. :)

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Line of fire

"Morte violenta de quarto agente num ano abala PSP"
(in Público, 12/12/2005)

A razão para o nível a que chegou a criminalidade violenta (leia-se armada) não se resume ao deficiente equipamento das forças de segurança, muito embora tal facto seja incontornável na análise do problema. Também atirar a culpa para o bombo de festa "educativo" não é razoável, apesar de, como em todas as vertentes da vida social, a educação de qualidade estar na base de uma sociedade próspera, tranquila e justa. O que pode ser feito, então, para além do óbvio empenho na educação dos jovens e no reequipamento das forças de segurança? É que nem uma coisa nem a outra vão tirar as armas aos delinquentes que já as possuem ou tão pouco os farão encarar a sociedade de modo civilizado.

Soluções de reacção, como a política Sarkozyniana, criando distanciamento entre a polícia e os cidadãos (incluindo os cidadãos delinquentes), só agravam o problema. Soluções de prevenção, como as de policiamento de proximidade em regime de assistência social, só resultam se apoiadas por unidades policiais "sombra" de intervenção rápida e eficaz; de outro modo apenas vão enxovalhar a imagem já quase desautorizada por completo do uniforme azul escuro. A solução será, em todo o caso, uma junção sensata de ambas, e não a proacção musculada do tipo "esquadrão da morte" brasileiro.

A polícia não existe para incutir o medo nas pessoas todas, nos cidadãos comuns. Quando somos abordados por um agente da polícia não devemos sentir-nos ameaçados. Mas não podemos passar daqui para a generalização (leia-se bandalheira total), em que um agente da autoridade incute menos respeito que um lixeiro. A polícia deve incutir medo, sim, e muito, mas apenas nos que têm motivos para a temer.

Resumindo: o policiamento de proximidade, de alto risco em qualquer circunstância, feito por agentes levemente armados e "em mangas de camisa", que conhecem os seus locais de giro e as pessoas que neles se encontram, só resulta em respeito pela autoridade se apoiado por agentes anónimos fortemente armados, capazes de resolver qualquer situação com o máximo de impacto e o mínimo de força no mínimo de tempo possível sem deixar rasto. E a acção destes últimos só será eficaz se a Justiça funcionar com mão pesada e impiedosa para os prevaricadores.

Se continuarmos a soltar os delinquentes que os agentes prendem, umas horas após a detenção, nem a polícia ganha respeito nem os criminosos ganham medo. A impunidade é hoje generalizada e ganha terreno. Aos que, tendencialmente, vêem em cada delinquente um "cidadão com dificuldades de integração" e aos que consideram cada agente policial um "porco fascista", lembro que quando os agentes forem subjugados pelos delinquentes seremos nós, os cidadãos comuns, que estaremos na linha de fogo.

Fotos, Motos e Piano...

Por ter referido A Sombra na sua lista de blogs "a visitar", o que agradeço, descobri o Ernesto Esteves.
Se uma palavra vale um milionésimo de imagem, imaginem ao som do Concerto para piano nº 1 de Tchaikovsky (Lang Lang? Uma interpretação melhor que a única que possuo, em todo o caso). Só para ouvir esta peça vale a pena a visita, mas as fotos são óptimas e os títulos a condizer. Tudo isto em
"Fotos de Ernesto Esteves", que passa a figurar entre os blog links permanentes d'A Sombra.

Ao Ernesto, um abraço motard! V

domingo, dezembro 11, 2005

Assim...

... sem sobressaltos, como alguém escreveu um dia sobre a sua partida, escrevo eu sobre o meu regresso. Foram longos meses afastado deste local de encontros (e desencontros) até conseguir alguma estabilidade, sem a qual o manter d'A Sombra seria impossível.

Mudou muita coisa na minha vida, a maior parte para melhor, mas não mudou o meu prazer de partilhar ideias neste espaço em constante mutação que é a blogosfera e as saudades de alguns velhos amigos eram já muitas. Como aqui começa um novo ciclo, arrumei a casa, apenas mantendo o romântico Fabien como blogger, além de eu próprio. Os antigos residentes d'A Sombra seguiram outros caminhos, dos quais destaco o de Manuel da Cerveira Pinto, então blogger fantasma e relutante, hoje entusiasta da blogosfera e assíduo colaborador do blog "Boassas", que passa a constar da lista de blog links permanentes d'A Sombra.

A todos os que continuaram a sua jornada por estes trilhos me junto, não onde os deixei, mas onde estão hoje. Como uma sombra que regressa com o Sol... ou a Lua.