quinta-feira, outubro 26, 2006

61 anos depois...



Foi a 24 de Outubro de 1945.
Durante a II Guerra Mundial, nasceu o conceito
das Nações Unidas (na altura contra o nazismo,
essencialmente), depois materializado na ONU.

Como toda a História é, no imediato, escrita
pelos vencedores, o desenho da ONU foi feito
também à sua medida, de onde as regras do
Conselho de Segurança, ainda em vigor.
Organização que engloba todos os sistemas
políticos, da democracia à ditadura, parecerá
estranho que consiga regular matérias como
os Direitos Humanos ou o próprio Direito
Internacional; que pretenda regular ou mediar
conflitos quando os próprios reguladores ou
mediadores estão noutros envolvidos sem que
sejam controlados da mesma forma.
Mas...




Imaginemos o mundo sem as Nações Unidas.
Sem a UNICEF, a UNESCO, a FAO, o ACNUR... Sem um forum onde as nações possam dialogar (mesmo as mais intolerantes). Seria um mundo melhor?

Ao contabilizar os fracassos da ONU, do Médio Oriente à Coreia do Norte, poderá parecer que a ONU é um anacronismo, uma herança gasta da II Guerra Mundial, digna sucessora da Sociedade das Nações. No entanto, é a ONU que, imperfeita como existe, tem evitado o caos total no mundo e estendido a mão a milhões de pessoas que, de outra forma, nada teriam a esperar.
Muitos acusam a ONU de dar muito (demasiado) peixe e poucas ou nenhumas canas, e terão razão, especialmente tendo em conta quem apanha o peixe, as canas e faz a festa - os que não precisam de nada disso e sim de impedir que cheguem a quem realmente necessita de ajuda.
Os jogos de poder existirão sempre e a corrupção também. Seria de esperar que ficassem à porta da sede das Nações Unidas, mas a verdade é que medram por todo o lado.

Das missões de paz nem é bom falar.
Os fiascos sucedem-se; os capacetes azuis têm sido meros bonecos de tiro ao alvo e o sangue que derramam raramente faz notícia de abertura nos telejornais. No mais recente teatro de operações, o Sul do Líbano, o pequeno corpo de interposição existente foi ameaçado pelos israelitas de que seria atacado caso empreendesse a reconstrução de pontes durante o conflito com o Hezbollah e agora que foi "musculado" e o conflito cessou temporariamente, os caças de Israel já desafiam, arrogantes, os navios de guerra da ONU. Parece que as Nações Unidas se vão atolar de novo em mais uma zona de guerra que não são capazes de controlar eficazmente. Mas os capacetes azuis, continuando a ser essencialmente alvos, conseguirão ajudar uma parte substancial da população afectada pelo conflito. Já não é mau. É, de facto, muito bom.

O principal problema da ONU é o funcionamento do Conselho de Segurança, pois o sistema de veto tem sistematicamente inviabilizado a sua actuação e o poder dissuasor da ONU, hoje perdido, não se desvaneceu recentemente, pelo envolvimento da NATO no Afeganistão e dos EUA no Iraque. Se não existe hoje esse poder, foi pelo afastamento dos EUA de tudo o que contrarie os seus próprios interesses, em especial os económicos, mesmo que isso não seja do interesse de mais nenhum país. Mas isto não é nada que os outros não façam; simplesmente, os EUA são o membro mais poderoso da ONU, em termos militares. A sua contribuição para a estrutura militar das Nações Unidas é, por isso, determinante. Inexistente, condena-a ao ridículo. A um ridículo que assim se estende à autodenominada condição de "farol das nações" dos EUA.

Talvez no dia em que os EUA percam as suas ilusões imperiais e apliquem o seu poderio militar na estrita defesa do seu solo, colocando-o à disposição da ONU, a organização recupere o seu estatuto - ou o atinja, finalmente. Mas tenho de dar razão aos neocons (o tal neologismo franco): não é de esperar tal altruísmo. As boas acções, como são entendidas no presente, não se realizam sem a contrapartida de uns bons milhões de dólares (ou euros). A humanidade é hoje uma utopia. Na realidade, define-se em moeda forte, virtual e virtualmente intocável pelo comum dos mortais (incluindo os que trabalham para o boneco em organizações como a Interpol).

Vão lá realizar este teste (sugerido pela Karvela) e perceberão que, mesmo recusando qualquer compromisso, o vosso preço ronda o milhão de dólares. Perfeitamente acessível, portanto, aos que já nem se preocupam em rejeitar a ONU (tarefa inócua dos aspirantes a neoparvos).


Rui Semblano
25 de Outubro de 2006


Em 1971, a ONU propôs que o dia 24 de
Outubro fosse feriado nacional em todos
os países membros.
Em 2006, em Portugal, não vi, li ou ouvi
uma palavra sobre o aniversário da ONU.

Aos que usam a boina azul celeste com
dignidade, o meu agradecimento.

nota: As imagens contêm links activos. As usual.

Bota Abaixo!

Caros amigos,

Faço este apelo urgente para votarem no meu candidato ao maior português de sempre no site da RTP, página d'Os Grandes Portugueses. O tempo urge. É só até dia 31 deste mês, depois népias! Vamos todos votar neste grande português!

VOTEM ABAIXO NO JOSÉ MALHOA!


Não se enganem!
Todos não seremos demais para colocar
o grande José em primeiro!
Eu já votei!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Honey, I killed it.

The Bot is dead. Long live the Feed.

(Not a word, Cat. Not a single word!)

Complete Idiot's Guide no. 11





Lista completa
de Complete Idiot's Guides d'A Sombra

algures na coluna da direita
8





Como por acaso - só pode! - desde que o Caderno de Corda foi descaradamente plagiado pela RTP (ver Plagius Maximus) e iniciámos o protesto contra tal acto que se têm multiplicado as notícias sobre plágios, uns máximos e outros mínimos.
No Apdeites, percorreu-se a blogosfera em busca de situações análogas e descobriram-se umas quantas carecas, umas mais descabeladas que outras, umas com capachinho e outras sem. Mas também fora deste círculo virtual o plágio tem dado que falar, nos últimos tempos.
No Público de hoje, por exemplo, é Eduardo Prado Coelho que relembra o seu caso, também com blogs à mistura, e Miguel Sousa Tavares que sai em defesa do "Equador" (mais civilizadamente que no 24 Horas), acusado na blogosfera de plagiar "Freedom at Midnight", de Dominique Lapierre e Larry Collins.

O que sucedeu com o Caderno de Corda foi inequivocamente um plágio - a transcrição letra por letra de um texto seu como sendo de outrém. O que sucedeu com Eduardo Prado Coelho foi ridículo - limitou-se ao uso de uma frase que qualquer um de nós poderia ter construído sem nunca ter lido nada igual, de tão frequente. Mas o que aconteceu com o Miguel Sousa Tavares?

Independentemente de se gostar ou não do homem, e admito que a minha admiração por ele estatelou-se ao comprido quando o conheci, o facto de ter usado no "Equador" descrições idênticas às de outra obra para ilustrar episódios "histórico-folclóricos" da Índia não é exactamente um plágio. As histórias dos Marajás são sobejamente familiares e sempre parecerá que já as lemos ou ouvimos algures.
É evidente que MST poderia ter escolhido outra estrutura ou outra forma de chegar ao mesmo lugar; podia mesmo ter inventado ele mesmo um folclore específico para o fim pretendido, mas optou por "Freedom at Midnight", discretamente referenciado como fonte, junto com as outras vinte e tal de que bebeu para escrever o seu livro.

Não li nenhuma das duas obras, mas pelas amostras que por aí andam, inclusivé as comparativas, não me parece nada que mereça demasiado crédito. A única coisa que é demonstrada é a falta de imaginação e originalidade de MST, adaptando sem preocupações parágrafos inteiros com a devida vénia aos autores dos mesmos. E só come quem quer.
Faz-me lembrar aquele romance de faca e alguidar de nome "Júlio e Romana", passado em Macau. Com a obrigatória menção de Shakespeare, na última página.

O que me parece revelador, no meio disto tudo, são as palavras do próprio Miguel no Público de hoje: "Sem modéstia, escrevi um grande livro" (!!) - e não me pareceu que se referia às 500 páginas do mesmo.
Pobre Sophia...


Regra única: Não pirilamparás a palavra alheia! (oops!)
...

terça-feira, outubro 24, 2006

ONU


Celebra-se hoje o Dia das Nações Unidas.
Para benefício de todos, mesmo os que advogam
a rejeição da ONU, a peça que escolhi para
assinalar esta data é extraída de uma série
bastante acessível: "Classics for baby's brain".



Air (from orchestral suite #3 in D) - Bach for baby's brain

Training Day.



Anda por aí um senhor, que diz fazer parte do
Governo iraquiano, a dizer que está tudo a correr
muito bem e que, em breve, o exército iraquiano
vai poder controlar 50% do território do Iraque
sem recorrer aos norte-americanos.

Eu acho que ele precisa de ver este filme.
(source: Terrorism News)

Artistic Impression...

Por sorte, lá descobri uma casa que comercializa a marca Liquitex.
(Isto da Diane começa a funcionar!)


Trabalhar com os mesmos acrílicos durante anos e vê-los desaparecer de um dia para o outro é uma experiência transformadora! A Winsor & Newton, apesar de ser uma marca sólida, já não é fiável em termos de continuidade - não por ter diminuído a sua qualidade, mas porque, na Europa em especial, o Photoshop matou o aerógrafo (muito mais que o video matou a rádio!).
As linhas dedicadas à aerografia começaram a desaparecer nos anos 90 (a linha Designers tinha acrílicos diluídos fantásticos em permanência e luminosidade - e tenho tintas ainda perfeitas dessa série) e cada vez mais se torna difícil conseguir material específico para esta técnica em Portugal. Agora desaparece a Finity Concentrated... Permanece a Finity normal, pastosa. Bye bye...

Não surpreendentemente, o fornecedor que arranjei não é representante da Liquitex e nem tem a tinta que preciso (Soft Body), mas arranja-a em 3 dias. Quanto ao distribuidor... Adivinharam. Está em Espanha. Ainda assim, mesmo em Espanha, não têm os boiões que mais me convinham, mas venham lá os potes maiores e os tubos, que boiões vazios tenho eu muitos da W&N (isto de aproveitar tudo tem as suas vantagens!). O Aguiar já pode respirar...

Os eventuais interessados em acrílicos Soft Body da Liquitex podem encomendá-los na Araújo & Sobrinho, no Largo de S. Domingos, no Porto.


... nota: Na imagem, excertos das peças "Trotzdem"; "TWA" e "2L8?". Tudo em colecções particulares.

domingo, outubro 22, 2006

Diane #0010



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Diane,

A W&N acabou com o Finity Concentrated.
Se descobrires algum sítio que comercialize
acrílicos Soft Body, da Liquitex, em Portugal,
avisa-me imediatamente!

A Moldursant não conta. Viraram-se para a Chroma.

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7 Mais notas no gravador. Click!
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