No dia em que morreram 18 soldados italianos em Nasiriyah, o contingente da Guarda Nacional Republicana designado por subagrupamento Alfa, parte para o Iraque. Nasiriyah seria a zona de actuação dos guardas, que agora serão colocados em Bassorá, na expectativa de melhores dias que não parecem próximos.
Que todos possam cumprir a sua missão com honra e regressar sãos e salvos, pois não lhes compete decidir, apenas obedecer. A ordem que lhes deram é criminosa, mas não lhes cabe a eles escolher outro caminho, enquanto profissionais, pois não lhes foi ordenado que cometam um crime, mas uma missão humanitária, como é o policiamento e a ajuda a populações num cenário de crise.
A ordem é criminosa por não se tratar apenas de um cenário de crise, como o são a Bósnia ou Timor Leste. Trata-se de um cenário de guerra, onde os agressores fazem explodir carros armadilhados e dispõem de mísseis e espingardas automáticas.
A Guarda terá de sobreviver num cenário para o qual não está vocacionada, devendo adaptar-se à realidade o mais rapidamente possível.
E a realidade é que a guerra nunca acabou, no Iraque.
Esperemos que os guardas, os seus sargentos e os seus oficiais não sejam líricos e não tentem ver o que nos impingem os
Dubyas deste mundo em lugar da realidade. É a sua única esperança.
nota:
O tratamento televisivo dado pelos canais portugueses à partida da Guarda para o Iraque foi degradante. Não faço ideia quem foi a abécula que autorizou a presença das câmaras na zona de embarque, registando a despedida dos familiares...
Como habitualmente, a TVI excelou.
Nenhuma outra se move tão à vontade na imundície em que se torna cada vez mais o telejornalismo português. Não haverá ninguém que mande a "reportére" que "cobriu" o evento para Fallujah? Sempre era menos uma...
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