quarta-feira, julho 05, 2006

Et voilá!...

Alea Jacta Est...

Não me digam que pensaram que eu não gostava de futebol!

10 comentários:

  1. Pronto. Por:0 Fra:1.
    É a queda das núvens, como o Afonso diz no Bartoon de hoje.
    Resta sábado e a realidade de domingo. Mas quem quer acordar para o mundo real?
    Pastilha azul ou vermelha?
    Escolham com cuidado.

    RS

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  2. Rui, permite-me uma correcção à célebre frase latina: "Os dados estão viciados." Mas aquele penalty foi mesmo penalty...

    E, já agora, o Luís Afonso só é o melhor cartoonista português porque, amiúde, vagueia nas núvens, espreitando da altitude dos seus pensamentos um mundo imaginário, paralelo a este. O Afonso, português como nós, sonha todos os dias. Faça-mo-lo também. Mais vezes. E bem alto.

    Parabéns aos nossos rapazes!

    Um abraço fraterno, Rui

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  3. Lá estranhar, estranhei…

    Viva Portugal!
    Força Itália!

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  4. É isto o futebol?...
    Parece-me mais o carnaval. Também poderiam estar a comemorar uma partida de xadrez, provavelmente... ou talvez não. Tenho muita dificuldade em participar e entender este folclore. Se é para haver folclore, parece-me que há em Portugal raízes culturais bem mais profundas e interessantes. O pontapé na bola serve como possibilidade de identificação dos povos num mundo cada vez mais igual, mais globalizado... Mas é um embuste, porque se tirarem as cores, nada há que distinga as equipas umas das outras. Mas quer-me parecer que não é nada disto do que se trata e eu devo ser o "maluquinho" no meio disto tudo. Tenho pena e lamento que parte dos impostos que pago vão para a mão destes marmelos que ganham milhões e têm grande habilidade (como os cãezinhos ou as focas no circo) em dar pontapés numa bola e que, feitas as contas nunca ganharam nada! Entretanto, esta semana o Obikuelu (não sei se é assim que se escreve), que treina em Espanha, porque cá não tem sequer condições para o fazer, alcançou mais um feito de relevo nacional nos 100 metros. Quantos segundos houvimos falar disso na televisão?... É caso para dizer "bolas para isto" e "bibe la France"...

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  5. Davi Reis:
    Sim, o penalty foi mesmo penalty, mas o certo é que não houve futebol para uma França perfeitamente ao nosso alcance. Sobretudo quando se insiste em jogadores que estão em fraca condição, independentemente do seu valor, deixando no banco potenciais marcadores... Enfim.
    O futebol é assim. Não é um drama, mas parece uma comédia.

    Um abraço, caro Davi.
    RS

    PiresF:
    Realmente, estranhou-se.
    Resta entranhar-se.
    (hehehe)

    Viva Italia!
    RS

    Apobo:
    Caro Cerveira,
    Realmente, se para quem aprecia futebol, como eu, o "circo" já chateia, para os que não gostam do jogo é "dose"! A disparidade entre a atenção dispensada ao futebol e aos outros desportos em que os portugueses são, de facto, importantes, é enorme. E mesmo as modalidades em que tradicionalmente somos fortes, como o hóquei ou o atletismo, são miseravelmente tratadas pelos Media. A bola é mais redonda do que parece... E se entrarmos nos desportos de élite, como a vela ou a esgrima ou o hipismo, então é que não se passa nada, mesmo quando chegámos longe nas provas internacionais.
    Já a tua comparação dos jogadores de futebol às focas do circo, não "cola". Primeiro pela abrangência do comentário e depois pela própria situação dos animais nos circos... Temos as mesmas ideias quanto ao circo, e partilhamos outras no que respeita ao estranho mundo do futebol, onde muitos euros dos nossos são aplicados desavergonhadamente. Aí estamos de acordo. Para mim, financiar com dinheiro público empresas privadas sem direito a retorno algum é uma palermice, para mais tratando-se de empresas que pagam milhões aos seus funcionários e ganham milhões com eles. Não são todos os clubes, mas são os mais importantes a lucrar com este esquema, o que torna tudo ainda mais incompreensível.

    Um abraço,
    RS

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  6. Caro Rui

    O meu comentário apenas sai reforçado... Após a derrota estrondosa (que todos querem ver como uma grande vitória - não há pior cego do que aquele que não quer ver...) da selecção portuguesa. A comparação com o circo é apenas em termos meramente técnicos. Não está em causa a forma como os animais (ditos irracionais) são tratados, mas a forma como é possível amestrar qualquer animal a jogar a bola... Pensei que era claro. Mas tens razão,talvez, de facto, a comparação não seja brilhante...
    Quanto a mim não deixa de ser estranho como se esbanjam tantos dinheiros públicos numa modalidade onde Portugal nunca ganhou NADA, com "marmelos" que ganham milhões e que jogam em equipas que são grandes empresas com cotação na bolsa, quando em outras modalidades (em que Portugal já foi vencedor a nível mundial) os próprios atletas não têm sequer um estádio coberto onde possam treinar no inverno. Como se explica isto a não ser pela "teoria da conspiração"? Pelos interesses em "anestesiar" as massas, em manter o "Zé" distraído enquanto se vão movimentando os interesses globais e comerciais da classe dominante?...
    Quanto a mim os resultados e os factos apenas vêm dar razão às minhas suspeitas.
    Abraço
    Manuel Cerveira

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  7. Apobo:
    Caro Cerveira,
    A comparação que fizeste com os animais é desprestigiante para os animais, naturalmente, mas deves ultrapassar o teu "anti-futebolismo". Afinal, também aprecias actores e actrizes de cinema que ganham muito mais que os jogadores de futebol enquanto que existem colegas seus que mal ganham para comer - como também no futebol. Mas de resto dou-te toda a razão. Temos 30 campeões do mundo em Portugal que ninguém conhece e uma mera presença no mundial de futebol é tratada como se fosse o maior feito português dos últimos 800 anos (e repara que não disse "desportivo").

    Um abraço,
    RS

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  8. Caro Rui

    Se comparar o jogo da bola com o circo já era "estranho" (admito-o, até porque, como dizes, é desprestigiante e até insultuoso para os animais), compará-lo com o cinema revela, no mínimo, uma grande confusão... Para além de que não há em Portugal ninguém no mundo do cinema que ganhe mais do que o sr. treinador da selecção (que nem sequer é português, por sinal...) Se pensarmos que, por exemplo, a Câmara do Porto, ainda hoje, não revela quanto paga (com o dinheiro dos contribuintes) em juros à banca pelos empréstimos contraídos para fazer o estádio do FCP e envolvente, então ficamos "esclarecidos"... Mais uma vez, parece-me que as minhas acepções apenas saem reforçadas. Não está em causa o apoio do Estado ao desporto e à cultura, mas sim o apoio completamente desproporcionado relativamente a estas áreas e às próprias modalidades. Se são empresas privadas, aquilo que pagam aos seus funcionários pode parecer "escandaloso", mas apenas podemos objectar relativamente ao "sistema" em que vivemos (e do qual eu, diga-se, não sou defensor). Agora que o Estado esbanje milhões e haja de forma tão desajustada, desproporcionada e irracional, com o dinheiro dos cidadãos, ainda por cima com sujeitos que trabalham para "empresas" privadas e que ganham milhões, parece-me no mínimo injustificável... Vejamos, será que o governo português paga milhões ao Joaquim de Almeida quando faz um filme nos Estados Unidos para a uma qualquer empresa de cinema?... Lembro-me que ainda há anos era violentamente criticado o apoio do governo português aos filmes do João César Monteiro, figura maior do nosso cinema e vencedor de vários prémios internacionais, isto enquanto era criticado e boicotado (pelo governo, na figura do próprio secretário de Estado da Cultura) o livro daquele que viria a ser o, até hoje, único prémio Nobel português. Inumeráveis histórias como esta haveria para contar, o que se tornaria monótono e dispiciendo... Mas, caríssimo Rui, a ti que és artista e que sabes muito bem como estas coisas se passam, desafio-te a fazer o seguinte: organizas uma exposição itinerante por vários países e pedes ao Governo um apoio de, digamos, uma milionésima parte do que gastaram com o sr. "Escolari", ou apenas o que deram a um dos jogadores como prémio por terem ganho à Inglaterra. Depois diz-me a resposta e diz-me se achas que futebol e cinema (ou outra qualquer arte) são a mesma coisa...
    Abraço e até breve
    Manuel Cerveira

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  9. Apobo:
    Estás a ver como a minha comparação dos artistas da bola com os do cinema tem tudo a ver?
    Digo isto porque foste logo buscar o Joaquim de Almeida. Porque é que o ele é tão bem pago em comparação com outros actores portugueses? Pela mesma razão que o Figo ganha mais que outros jogadores portugueses. Se isso é certo ou não pouco importa; são as regras do mercado, em que se inclui o reconhecimento público, para o qual conta a aceitação e gosto deste pela actividade em causa: o futebol e o cinema, ambos procurados por milhões. Daqui vem Hollywood e a Liga dos Campeões da UEFA. Daqui vem o dinheiro que eles ganham, e não interessa se é muito ou pouco. Agora, que eu saiba, o Estado não paga nada ao Joaquim Almeida ou ao Figo. Mas já paga aos clubes de futebol - o que é um escândalo. É contra isso que me revolto, não com o desporto (ou a arte). Como artista plástico, não me chateia nada que um colega venda telas 10 ou 100 vezes mais caras que as minhas. Melhor para ele. Mas já me chateia que o Estado dê subsídios a este ou àquele e não a mim ou àquele outro. Os artistas já são ajudados através do regime especial de impostos. Podem concorrer a subsídios privados (como aos da Gulbenkian, por exemplo). Mas na hora de distribuir dinheiros públicos, os critérios deveriam ser outros, isto é, ou todos ou nenhum. Cabe ao mercado e aos privados recompensar os que melhor sabem penetrar nele. Não faz sentido que o Estado apoie "as artes" quando se limita a apoiar meia dúzia de artistas. Seria preferível investir nas escolas e nos ateliers onde se deveriam transmitir conhecimentos. Para dar um exemplo que te diz respeito, faz todo o sentido o Estado apoiar os Encontros de Ceramistas de Boassas, mas não faz nenhum sentido que apoie um ceramista em particular, ou dois ou três, esquecendo todos os outros.

    Esta conversa deve ser transferida para o café! (hehehe) A não ser que estejas determinado a bater o record de comentários d'A Sombra!

    Um grande abraço,
    RS

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  10. Caro Rui

    Não adianta "transferir" a conversa porque estás apenas a concordar comigo... (Embora haja aí alguma confusão... O que é natural, quase ninguém está habituado a pensar nestas questões, que são apresentadas como factos consumados e "naturais". Mesmo a questão de que os Estado nada paga aos jogadores não é verdadeira. Paga e não é pouco. Não sabemos é quanto!!!...)
    Abraço
    Manuel Cerveira

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