Sobre o
47º Congresso da União Internacional dos Advogados.
Não é de estranhar que uma classe ligada ao Direito sugira alterações em campos a ele relativos, mas tiro o chapéu aos advogados reunidos em Lisboa por ocasião do 47º Congresso da UIA. Além de proporem o fim do direito de veto como forma de o Conselho de Segurança (CS) da ONU recuperar alguma da sua credibilidade, também eles, como tantos outros no passado, se interrogam se não será já tempo de mudar a sede das Nações Unidas para um país "neutro".
Esta ideia aparece referenciada em "
Camelot 2003 . 2 . Anexo b", como eco de um episódio descrito por Diogo Freitas do Amaral, do tempo em que presidiu à Assembleia Geral da ONU.
(Diogo Freitas do Amaral,
in Do 11 de Setembro à crise do Iraque,
Bertrand, Lisboa, 2003)
Não entendo como "miraculosa" a solução do fim do veto no CS, mas apenas como um passo na direcção certa, ou seja, evolutivo. Já a transferência da sede da ONU para outro local, território dito "neutro", seria "um passo de gigante para a humanidade" (maior, quem sabe, que o dado por Armstrong...). Quando menciono Lisboa como opção (Camelot 2003), faço-o como ligação com o livro de Freitas do Amaral, evocando uma das "propostas" dos diplomatas que com ele conversaram, nada mais.
De facto, a sede da ONU em qualquer país da UE dará no mesmo que nos EUA. Territórios em situação de a acolher não faltam, desde a Suécia à Nova Zelândia, passando pelo Mónaco. É só escolher. Não "fica à mão"? E Nova Iorque "fica à mão" para quem?
Falcoeiro, Alvaiázere (topónimo árabe original
al-Baiaz)
(edição e publicação: Tomar)
Sem comentários:
Enviar um comentário