Sobre o
Islão em Portugal.
A propósito dos interessantes artigos publicados no
Público (
Cultura, p. 34 e 35, 31Ago2003). Um memorando assinado por Lucinda Canelas, com o concurso de
Cláudio Torres, director do campo arqueológico de Mértola; memorando pois mais não faz que recordar o que hoje todos deveríamos saber, quando seria de esperar que o manto da "herança romana" (e românica!) deixasse de cobrir quase tudo o que ao Islão diz respeito neste país.
Ainda assim, apesar da bem ilustrativa afirmação "Geo-historicamente, o Islão corresponde ao Mediterrâneo. Só vai até onde chega a oliveira.", o mapa publicado junto com este artigo ("O Islão em Portugal") apenas abrange o território português do Algarve até às Beiras, quando o al-Andalus ia muito além de Alfaiates - para Norte (ver
Panorama n. Zero,
Boassas - Uma aldeia de fronteira no Garb al-Andalus. Cinco Séculos de esquecimento. por Manuel da Cerveira Pinto).
Apesar disso, fico satisfeito ao ver este tema merecer este destaque num jornal como o
Público, contribuindo para o desfazer deste equivoco. Existem mitos que servem fins muito pouco recomendáveis. O da "invasão" da Península Ibérica pelos "mouros" é um deles. Acabe-se com ele.
E comecemos a olhar as oliveiras com outros olhos.
Falcoeiro, Alvaiázere (topónimo árabe original
al-Baiaz)
(edição: Tomar; publicação: Porto)
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