... ou
"A Joana e nós".Pouco após a famosa Cimeira das Lajes, quando o hoje digníssimo presidente da Comissão Europeia jurou a pés juntos que viu, com os olhos que a terra comerá mais tarde, as provas da existência de AMD's no Iraque, mostradas pelos amigos George e Tony (perante o acenar grave da cabeça de José Maria), conheci a Joana.
(Antes de progredir, esclareço que se trata de Joana Amaral Dias, então como hoje (até ver) militante do Bloco de Esquerda. Adiante.)
Na altura, decorreram na Cooperativa Árvore, no Porto, uma série de conferências sobre o Iraque, mas foi a propósito de outro tema, que não vem ao caso, e em altura posterior, que também não importa, que Joana Amaral Dias esteve na Árvore para uma conferência, como parte de um painel de conferencistas. Soube disso pela própria, via e-mail, pois trocámos algumas palavras por esse meio, sobre Beckett
and what not... Mas isso também não interessa.
O que interessa é que eu e o Fernando Granjo, companheiro de muitas lutas, fomos ter com a Joana à Árvore com o propósito de lhe pedirmos ajuda. Para quê? Pois para nos informar se os meios jurídicos do Bloco se colocariam à disposição da plebe, isto é, de um conjunto de cidadãos sem militância partidária, para instaurar um processo contra a pessoa do primeiro-ministro, à imagem do que foi feito em Espanha.
Claro que só serviria para chatear, mas chatearia mesmo e chamaria mais a atenção para a vergonha que foi a participação de Portugal no
"Clube-dos-que-viram-e-acreditaram-nas-provas-que-hoje-sabemos-não-terem-existido-nunca".
A Joana, evidentemente, foi muito atenciosa, concordou connosco e disse que faria o que estivesse ao seu alcance para nos ajudar. Despedimo-nos cordialmente e ficámos à espera.
Até hoje.
Dela, demais, guardo religiosamente aquela célebre noite de comentários na televisão (acho que na TVI) sobre a invasão do Iraque, em que atirou para o Vasco Rato (sim, esse Rato) uma frase de Sto. Agostinho usada por Noam Chomsky sobre os Piratas e os Imperadores, ao que o Vasco lhe rosnou:
"Não me diga que está a querer dizer que a América é igual aos terroristas?", e a Joana, coradinha, de imediato retorquiu:
"Não! Não!" (só lhe faltando acrescentar "Valha-me Deus!"). Nunca mais esquecerei o sorriso na cara do Vasco Rato, ao terminar a jogada com um
"Ah, bom! É que era isso mesmo que o Chomsky queria dizer."Pois era, era...
Point; Set; Match.
Agora, vejo-a todos os dias nos jornais e na televisão, a espreitar sobre o ombro de Mário Soares. E é ouvi-la, a Senhora Doutora. Sim senhor. Vai longe. No
Crítico, o
Henrique Silveira augura a Joana Amaral Dias um futuro promissor.
Pois também nós, meu caro Henrique.
E é exactamente isso que me preocupa.
RS
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