Bilangual entry. English version bellow. :)Turquia, a Hagia Sophia e a Mesquita Azul ao pôr-do-sol ... Há algum tempo, pedi emprestada uma imagem de um blog turco, o
Bulunduğum Yerden Manzara... (que significa "a paisagem do meu ponto de vista"), para a entrada "
Reciprocity", uns momentos antes de fritar a minha antiga
motherboard (mal sabia eu...).
Pois o Deniz, o
blogger do
BYM, regressou à Sombra e achou piada à tradução que o Babelfish fez da entrada "
O perfeito assassino", do Fabien, e mandou um e-mail para cá sobre o assunto. Chegou mesmo, depois de recebida a tradução correcta de "
O perfeito assassino", a
publicá-la no seu blog! Vai daí a súbita ascensão da bandeirinha turca no neocounter, lá para baixo, à direita. Conversa puxa conversa, lá lhe expliquei o porquê do "
Reciprocity" e do queimar ou construir pontes. Aqui ficam duas fases da comunicação:
Viva Deniz,
Sim, as traduções do Babelfish podem ser confusas.
(...)
Quanto a "queimar pontes", o que quis dizer foi que, numa altura em que existe uma grande algazarra na UE sobre a entrada ou não da Turquia, a comunicação entre os nossos povos será sempre a melhor forma de "construir pontes", pouco importa se a Turquia não é um membro e Portugal é, agora ou no futuro.
Fazer parte da UE é algo muito sobrestimado, e ter boas relações com os nossos vizinhos deve ser o caminho a percorrer. O que vier a seguir será natural.
Rui Semblano
Caro Rui,
Tens razão quanto a "construir pontes". Penso que o problema central do acesso da Turquia à UE tem sobretudo a ver com o modo como a Europa define a sua identidade. Por muitos séculos, a Europa definiu-se contra a Turquia e o Islão em geral. Infelizmente, a definição do "eu" e do "outro" no mundo(s) de hoje não está a correr muito bem. Tendo as suas raízes e pés num desses mundos, a Turquia sempre teve o seu cérebro, olhos e mãos no outro, a Europa.
O mais importante é como a Europa define a sua identidade. Se nos considera como "o outro" devido a factores religiosos e culturais, então significa, em parte, a renegação de milhares de muçulmanos em Paris, Berlim, Londres, Amsterdão. Sendo eu próprio uma pessoa não-religiosa, não creio que tal renegação traga paz a lugar algum.
Sentindo-me muito mais europeu, comparado a outras "identidades", gostaria que as pessoas no mundo definissem os seus aliados em bases mais humanistas de liberdade, igualdade e justiça, para todos.
(...)
Deniz Será preciso muito mais do que dois e-mails para que dois mundos tão diversos e complexos como os nossos se compreendam e encontrem formas de se relacionarem melhor, seja no quadro da UE ou fora dele - nenhuma das duas situações é o fim do mundo, como alegam os profetas da desgraça na Europa e na Turquia. Mas qualquer caminhada, por maior que seja, é feita de pequenos passos...
Um abraço especial ao Deniz e aos nossos visitantes turcos.
Rui SemblanoEnglish version:Some time ago, I borrowed an image from a turkish blog, the Bulunduğum Yerden Manzara... (which means "the scenery from where I stand"), to place on my post "Reciprocity", just moments before I fried my old motherboard (little did I know...).
Now Deniz, BYM's blogger, has returned to "A Sombra" (The Shadow) and found curious the Babelfish's translation of the post "O perfeito assassino" (The perfect assassin), by Fabien, so he sent me an e-mail about it. After receiving the correct translation of "O perfeito assassino", he even got to publish it in his blog! That explains the sudden rise of the little turkish flag on the neocounter, bellow to the right of this window. One word led to another and so I got to explain him about "Reciprocity" and burning or building bridges. Here are two phases of our exchange:
Hello Deniz,
Yes, Babelfish translations can be confusing.
(...)
As for "burning bridges", what I meant was that at a time when there's a big fuss in the EU about Turkey joining or not, communication between our peoples will always be the best way to "make bridges", no matter if Turkey is not a member and Portugal is, now or in the future.
Being a part of the EU is largely overestimated, and having good relations with all our neighboors should be the path to take. What comes next will be natural.
(...)
Take care,
Rui Semblano
Dear Rui,
You are right about "building the bridges". I think the central problem about Turkish accession to EU is mostly about how Europe defines it's identity. For many centuries, Europe defined itself against Turkey and Islam at large. Unfortunately, the definition of the self and the other in todays world(s) is not going well. Having its roots and feet in one of those worlds, Turkey always had his brain, eyes and hands in the other, Europe.
What matters most is how Europe defines its identity. If it considers us as "the other" due to religious and cultural matters, than it partially means the denial of thousands of muslims in Paris, Berlin, London, Amsterdam. Being a non-religous person myself, I don't think such a denial would bring peace to anywhere.
Feeling myself much more as a European compared to other "identities", I wish people in the world would define their allies in more humanistic terms of freedom, equality and justice, for all.
(...)
Best regards,
Deniz It will take a lot more than two e-mails to make two worlds as diverse and complex as ours understand eachother and find ways of better relationship, whether in the EU context or out of it - none of both situations being the end of the world, as some profets of doom say both in Europe and Turkey.But every walk, no matter how long, is always made of little steps...Best regards to Deniz and our turkish visitors,Rui Semblanonote: The image above is from Turkey; the Hagia Sophia and the Blue Mosque at sunset.
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