quinta-feira, setembro 28, 2006

(s)tico.




A entrada n. 6 da série
See the TRUTH, em que
reproduzi um e-mail
enviado a Rui G. Moura,
foi actualizada com a
sua resposta integral.

Sobre ela, aqui ficam duas
ou três ideias.




Na sua cordial resposta, Rui G. Moura, do Mitos Climáticos, dá a entender que se importa tanto com o planeta em que os seus filhos e netos vão viver como com aquele em que vive.

Diz ele que:
"Existe, de facto, uma variabilidade do clima a partir do shift de 1976 que não tem que ver com emissões antropogénicas."
Portanto está de acordo com a minha afirmação de que apenas os caprichos da Natureza (ou de Deus, se quisermos) poderão ou não melhorar as condições de vida na Terra. Vai perdoar-me, mas permaneço convicto de que o Homem pode fazer algo para melhorar essas condições.

E Rui G. Moura até parece concordar comigo neste ponto:
"A poluição é um assunto grave (está dito no blogue) que deve ser resolvido de forma independente."
Mas não me parece. Isto é, a poluição deve ser tratada de forma independente dos fenómenos climáticos actualmente verificados, pois estes não são antropogénicos, que é como quem diz, são perfeitamente naturais.

Vamos lá a ver se percebi. O problema com a poluição (esta, concordará comigo, antropogénica), deve ser resolvido sem que isso melhore as condições climatéricas? Não me parece ser isso, mas então, "independente" significa o quê? Talvez signifique que deve ser resolvido sem alterar padrões de comportamento considerados "normais", isto é, não gastar dinheiro em energias renováveis "sem necessidade". Agora, concordará comigo que um mundo perfeito se moveria a energias limpas, sem um pingo de poluição.
Ou não?
Concordará ainda comigo que os lucros de alguns com as energias ditas sujas (petróleo, carvão, nuclear de fissão) são muito maiores que os obtidos pela conversão às energias limpas (incluindo a manutenção de espaços naturais livres de exploração humana, seja de corte de madeira ou de extracção de petróleo).
Ou não?
Concordará ainda comigo em que não pode o mundo desenvolvido exigir ao mundo em desenvolvimento que hipoteque esse mesmo desenvolvimento no investimento de novas e mais caras energias, e que será lógico que o mundo desenvolvido, que existe no mesmo planeta em que o que está em vias de se desenvolver, pague a factura quase só, permitindo assim o rápido avanço dos países do chamado Terceiro Mundo.
Ou não. Sem interrogação.

Deixe-me então perguntar-lhe, sem recorrer a cientistas de um ou de outro lado, mas usando o senso comum, uma vez que é pacífico que viveríamos melhor sem poluição, adoptar Kyoto sem reservas e fazer acontecer esse mundo rapidamente é mau?
Se nada disso tem a ver com o aquecimento global é secundário; o que lhe pergunto é:
Porque razão não adoptar desde já as medidas propostas pelos chamados ambientalistas para melhorar as condições de vida neste planeta?

Talvez me tenha já dado a resposta:
"A variabilidade do clima tem de ser resolvida de tal forma que ataque três questões; 1) – Frio nos Invernos; 2) – Calor nos Verões; 3) – Atmosfera seca (em Portugal e na orla atlântica da Europa ocidental) em todas as estações."
Em Portugal e na orla atlântica da Europa ocidental?
Então e África? E a Ásia? E a América do Sul?

Mas ainda:
"Se nos preparamos só para enfrentar o calor, estaremos desprovidos para enfrentar o frio."
Agora, que alguém que se debruça tão profundamente nestas questões como o Rui G. Sousa continue a confundir aquecimento global com "calor" (é o que faz ao acusar os defensores desta tese de não pensarem no frio, o que é uma mentira descarada! - reverse psychology, I presume?) é que está mal.
E não ajuda nada à ciência.

Mas diga lá de sua justiça:
Vamos esperar para debelar a poluição porquê?
E vamos regular o ritmo desse combate por quem?

Rui Semblano

2 comentários:

  1. Mais uma mente brilhante... Ou melhor, esta é iluminada... porque a brilhante nem merece comentários...
    Um abraço e bom fim de semana,
    Nuno

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  2. Outsider:
    Realmente, este nada tem a ver com a mente brilhante, mas o seu raciocínio tem mais a ver com o dos executivos da Exxon Mobil que com um pai deveras preocupado com a herança que deixará aos seus filhos. Enfim...

    Abraço,
    RS

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