sábado, julho 19, 2003

Filhos bastardos


Estava mesmo a ver que o acordo entre Portugal e o Brasil para o sistema especial de legalização de cidadãos brasileiros no nosso País ia dar problemas. (ver Público, 18Jul2003, p. 27, "Acordo com Brasil põe imigrantes em guerra com o Governo")
Todos sabemos a quantidade de imigrantes ilegais oriundos dos PALOP existentes em Portugal, cujas legiões têm vindo a ser reforçadas pelos vindos dos países do Leste europeu. Também são bem conhecidas as circunstâncias que levam a que imigrantes ilegais de "segunda geração", filhos já nascidos em Portugal de imigrantes ainda em situação ilegal, não consigam legalizar-se, quanto mais naturalizar-se, o que seria legítimo dado terem nascido neste País.

Que Portugal afine a sua política de imigração pela CE, limitando o número de entradas no País, parece sensato, pois abrir as fronteiras de par em par não é mais que um convite à exploração dos que contam ser recebidos condignamente. Que o sejam é fundamental, de onde limitar o seu número de acordo com as condições existentes para os receber parece-me normal e humano. Veja-se a política de imigração do Canadá, por exemplo. Que agora se dê tratamento especial a um grupo específico de imigrantes, no caso os brasileiros, mas essa não é a questão, parece-me injusto e infeliz. Mais. Parece um resquício dos tempos em que os brasileiros eram os "nossos irmãos" e os povos das colónias eram outra coisa... Veremos se o Governo se apressa a desfazer este "equívoco", abrindo a todos os imigrantes ilegais, já a residir em Portugal, as mesmas portas que abriu aos brasileiros.

PS: Obviamente, não foi equívoco nenhum, mas não custa nada ser simpático.

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