sábado, agosto 16, 2003

New Look...

... Same content.

O estilo do blog está mais condizente com o espírito d'A Sombra.
"Now it's dark..." (*)

(*) Frank, in "Blue Velvet" by David Lynch

Presidente da Câmara e Chefe dos Bombeiros

E-mail enviado por Paulo César Simões:
abaheisenberg@sapo.pt
(a propósito da entrada "Fogo de Vista", n'A Sombra)

--- quote ---

(...) a propósito do teu post "Fogo de vista", o autarca é o Jaime Soares, da Câmara de Poiares; é o presidente de camara mais antigo do pais, 30 anos, e chefe dos bombeiros há 42 anos.

Eu também vi esse debate e, nomeadamente, essa intervenção interessou-me particularmente porque ele mostrou aquilo que a Câmara de Poiares tem feito na prevenção, ou melhor o trabalho de redução e controlo da área ardida.
Numa zona com muitos hectares que é propriedade da camara foram abertos aceiros tipo da largura de uma autoestrada dividindo a mata de eucaliptos em quadrados. Ele explicou que é por esses aceiros, mantidos sem vegetação que se fazem os acessos dos bombeiros ao incêndio e o tentam controlar. Se não conseguirem fazem contra-fogo, queimando um quadrado inteiro e a coisa fica por ali. E este é um aspecto que eu me esqueci de falar no post. Sobre os eucaliptos eu digo que é impossível controlar, devia ter dito que se podem pelo menos fazer aceiros.
Ele falou também que onde os eucaliptais são privados e de muitos donos pequenos é dificil chegar a qualquer acordo para fazer um aceiro... soluções que o promovam são necessárias.

Um abraço,
PC.

--- end quote ---


Junto com a transcrição deste excerto de um e-mail gentilmente enviado pelo Paulo César, aqui fica o nosso agradecimento ao A Aba de Heisenberg pelos dados, que justificaram a actualização da nossa entrada "Fogo de Vista". Na altura da sua edição não me recordava do nome do autarca, mas a sua intervenção era preciosa de mais para a omitir por esse facto. Fica, assim, completa a referência ao excelente Jaime Soares, de Poiares.

A expansão da loucura

(continuação das entradas "A Democracia, esse mito"
e "Tragédia Comum", abaixo)

Da Liberalização, da Democracia e dos seus Espelhos

3. Finale

Onde está a solução?
Como poderemos atingir o que se consideraria o melhor sistema possível?
Alguns entenderão, como eu, que é possível fundir o que de melhor existe em variados sistemas, desde o capitalismo ao marxismo, do neoliberalismo ao socialismo, da alterglobalização ao fascismo. O que resultaria de tal fusão seria incomensuravelmente menos que o deitado ao lixo, mas seria um bom ponto de partida, a que se juntariam outras soluções, precisamente originadas pela junção de elementos extraídos de corpos inteiramente incompatíveis entre si. Mas não tenho ilusões.
O mundo ainda pertence aos adoradores de "santinhos" e "altares", que vão desde José Pacheco Pereira a Francisco Louçã, de Pedro Mexia a Ferro Rodrigues. A "política", para estes Senhores, continuará a ser "mostrar-se incapaz de encontrar uma racionalidade comum, de uma forma radicalmente incompatível". Traduzindo: a manutenção, a todo o custo, do Status Quo.
Todos eles já compreenderam há muito que o Sistema que os sustenta não sobreviverá de outra forma. São actores convictos, rendidos ao inexorável fio do enredo que representam. E não só eles. Também muitos dos que os suportam, suportando o próprio Sistema.

Alguns de nós, direi mesmo bastantes, não mudam de canal quando surgem imagens de guerra, de fome, de peste ou de qualquer outra catástrofe terceiro mundista, por mero fastio, em busca de uma telenovela ou de futebol. Claro que a maior parte de nós o faz por esse motivo, mas existe um número crescente que o faz por algo diverso.
Por vergonha.
Porque, muito mais que a violência das imagens que evitam, sentem a insuportabilidade da sua própria culpa pela existência das mesmas. Para esses são os anúncios televisivos da Shell, mostrando biologistas da empresa em cenários naturais paradisíacos, lutando para conservar o planeta. Mas eles não chegam para aliviar as suas consciências.

Existirá mesmo essa "mão invisível", que Adam Smith protestava zelar pelo bem comum em cada gesto que preserva o privado? Para ele, sem dúvida. Para mim, com toda a certeza. Mas para a maioria, porém, a "mão invisível" serve para, discretamente, colocar uma ovelha mais no seu rebanho (e mais outra e outra) que se alimenta do pasto de todos nós.
(E desiludam-se os que pensam ver aqui a apologia da nacionalização, pois se as ovelhas não fossem deles não lhes ligariam nenhuma e, quando as perdessem, limitar-se-iam a esperar que o Estado lhes desse mais. - Soa familiar?)

Que mundo é este, então?
Que futuro liberalizador ou libertador nos espera?
Nada de novo. Todos nós, em variados níveis de consciência (a tal que, para Hardin, não existe, ou melhor, que ele gostaria não existisse), sabemos que as medidas tomadas em defesa do Terceiro Mundo e as tentativas para o desenvolver não passam de uma cortina de fumo destinada a salvar as aparências, tal como os belos e ecológicos anúncios da Shell.
Alguém duvidará que os meios para erradicar a fome, a doença e a miséria no Terceiro Mundo já existem há décadas? Esses meios não são aplicados porque nós, os afortunados que vivem no mundo desenvolvido, dito "civilizado", dependemos da manutenção do Terceiro Mundo tal como é hoje para mantermos o nosso nível de vida. Aproximar (já nem digo igualar) estes dois mundos, equivaleria a prescindir de 90% dos nossos actuais benefícios - e estou a ser simpático, deixando-nos ainda 10% dos mesmos.

Alguém, no seu perfeito juízo, abdicará desses benefícios?
Mas, prontamente, por exemplo, abdicamos dos direitos garantidos por mais de um século de lutas sociais, como contrapartida à manutenção desses outros, atingidos à custa de séculos de exploração e de exaltação do privado como meta, do Estado e do Indivíduo.
Rapidamente abdicamos do direito à opinião, mas só por cima do nosso cadáver nos conseguirão tirar o direito de poder comprar um Ferrari - mesmo que nunca tenhamos dinheiro para tal coisa.

Mais uma "tragédia", segundo Hardin:
A impossibilidade de atingir o equilíbrio, a temperança.
Mas, claro, isto não é mais que outro mito. Todos sabemos que é impossível de atingir, como o são a justiça e a democracia, o que não significa que devemos abandonar tais objectivos. No entanto, o problema está em nos quererem fazer crer que tais impossibilidades justificam a procura de outros objectivos não alternativos, isto é, manter o que já existe ("nenhum sistema é perfeito", etc. etc.) e ir relaxar a carteira ao mega centro comercial mais próximo. É uma conclusão que se vende muito bem e que nós, bom, a maior parte de nós, compra ainda melhor, pondo os olhos nos "altares" onde se ajoelham os Senhores, embora lá nada se passe.

O objectivo é mesmo esse.
Não se passar nada. Manter o Status Quo, a bem do nosso Status - e que se dane a Éthos, que essa compramos nos "templos", já feita e prêt-à-porter, "made by Zara in Indonesia", quem sabe...
O que fazer?
Aderir ao "Zapatismo" bacoco? Ou sermos todos "Marcos"? Eu prefiro o último. Foi engraçado ver como os esperançados que compareceram ao "Encontro Internacional pela Humanidade e contra o Neoliberalismo" organizado pelos zapatistas em Agosto de 1996 (há exactamente sete anos!) ficaram desapontados por não terem "visto a luz" e confundidos quando os chiapecos lhes perguntaram "E vós? O que estais a fazer nos vossos países?" em lugar de lhes fornecer um roteiro para a "revolução". Alguns desses eram do Bloco de Esquerda, coitados... O que terão dito aos fabulosos e únicos zapatistas?
Nunca seremos "todos zapatistas"; só um mentecapto acreditaria na possibilidade de tal coisa, mas todos, na verdade, podemos ser "Marcos". Basta querer. E nem é preciso usar uma balaclava.

Caminhamos para onde?
Pois para lado nenhum. Estamos parados.
Alguns ainda tentam fazer alguma coisa - gotas onde eram precisos jorros de água. Eu talvez seja um deles. Mas já não tenho ilusões.
Acredito que a mudança ocorrerá quando menos se esperar. Acredito que ainda seremos um só povo e uma só alma e que a isso estamos condenados. Mas sei que, para isso, é necessário deixar passar o tempo.
E assim permitir que a loucura se expanda até ao limite.

Rui Semblano
Porto, Agosto 2003

"This is an alarm-call so wake-up, wake-up now!
Today has never happened and it doesn't frighten me"
(Björk, "Alarm call", in Homogenic, 1997)


nota:
A língua portuguesa, para além de complexa, é muito traiçoeira.

Este texto compõe-se das entradas:
1. Intro - A Democracia, esse mito.
2. Mezzo - Tragédia Comum.
3. Finale - A expansão da loucura.

sexta-feira, agosto 15, 2003

Tragédia Comum

(continuação da entrada "A Democracia, esse mito", abaixo)
Da Liberalização, da Democracia e dos seus Espelhos

(em relação a uma sugestão do Liberdade de Expressão, levemente analisada na sua entrada "O Ambientalista Liberal I")

Da gestão dos bens comunitários em democracia.
(ver "The Tragedy of the Commons", por Garret Hardin, 1968)

2. Mezzo

Garret Hardin faz uma análise hoje já considerada clássica do problema da sobrepopulação no mundo (isto em 1968), que inicia com um apanhado de referências que vão desde a lógica da corrida ao armamento, durante a Guerra Fria, ao jogo do galo (tic-tac-toe), passando pelo "dilema do prisioneiro" e variantes do mesmo, como o dilema do "pasto comunitário" (ver notas em rodapé, nesta entrada).

Desde logo, Hardin considera o problema do excesso populacional como pertencente à classe dos que "não têm uma solução técnica", sendo este tipo de problemas definidos como aqueles para os quais a tecnologia não apresenta soluções.
Hardin trata o excesso de população como uma praga incontrolável, capaz de exaurir todos os recursos naturais, se prevalecerem os direitos do homem, tal como ainda hoje os conhecemos. A sua aversão pelas Nações Unidas, pelo Estado Providência e pela Democracia são dignos dos melhores textos fascistas publicados no século XX.

Sobre o direito de usufruto dos bens considerados comunitários, dá o exemplo das Reservas Naturais. Diz ele que, ou cessamos de as tratar como bens comuns ou elas deixarão de ter qualquer valor enquanto tais.

"(...) Que devemos fazer? Temos várias opções. podemos vender as Reservas ao sector privado. Podemos mantê-las como património do Estado, mas transferir a sua exploração para o sector privado ou mesmo atribuir o acesso a elas segundo princípios discriminatórios, que seriam, por exemplo,
a) a riqueza de cada um, em que o direito de entrada seria leiloado,
b) o mérito, em que este seria definido por parâmetros concensualmente aceites,
c) a lotaria, em que se sorteariam os felizardos a entrar,
d) a limitação da entrada aos primeiros a chegar, implicando a gestão de longas filas de espera.
Todas estas abordagens são questionáveis, mas temos de escolher - ou condescender na destruição do bem comunitário que são as Reservas Naturais. (...)"


Sendo um texto de 1968, até custa ter de o rebater.
Seria um pouco como tentar, hoje, rebater um daqueles estudos proféticos, escritos pela mesma altura, em que se previam auto-estradas nos céus e domésticas robotizadas para o ano 2000.

Também no que toca à poluição, Hardin avisava que a capacidade regenerativa da Natureza já não suportava os danos que lhe eram feitos.
A máxima "Água corrente purifica-se a si mesma a cada dez milhas" já em 1968 não se aplicava.
Outro bem comunitário ameaçado pela comunidade como, aliás, todos os recursos naturais, em especial as fontes de alimentação.

A este respeito, citando J. Fletcher (in Situation Ethics, de 1968), escreve:
"A moralidade de uma acção é determinada pelo estado do sistema na altura em que é cometida". E exemplifica:

"Há 150 anos atrás, podia matar-se um bisonte apenas para lhe extrair a língua, para fazer um jantar, abandonando a carcaça do bicho para apodrecer, sem que houvesse nisto algo de desperdício. Hoje em dia (1968) , quando restam apenas algumas centenas de bisontes, ficaríamos chocados com tal comportamento."

O pobre Hardin escrevia em 1968, mas mesmo que o tivesse feito em 1868 ou em 1768, não teria o mínimo de razão. E deveria saber que os nativos da América do Norte sempre consideraram este tipo de comportamento não só chocante como criminoso. Infelizmente, em 1968, já poucos mais nativos norte-americanos existiam do que bisontes, nos EUA.

Segue este ensaio fascizóide em jeito de apologia do liberalismo como garante de bens comuns que apenas deixando de o ser poderão prevalecer.
Quanto a isto, nem vou comentar. Apenas dizer que pretende algo como "Antes cem obras de arte numa cave de um castelo que duas num museu do Estado". Mais ou menos aquilo em que Göering acreditava, coitado.

Termina Hardin com esta conclusão deveras espantosa, regressando ao tema de fundo da sua intervenção, a explosão demográfica incontrolada:

"A única forma de preservar e desenvolver mais e melhores liberdades é prescindir da liberdade de procriar, e isto o mais depressa possível. "Liberdade é o reconhecimento da necessidade" -- e é o papel da educação revelar a todos a necessidade de abandonar o direito a procriar. Apenas deste modo poderemos colocar um ponto final neste aspecto da tragédia dos "bens comunitários/comuns/plebeus". (1)

Heil Hardin!

(1) Uma das características deste ensaio de Garret Hardin é a ambiguidade do termo "Commons" em inglês. Dá para quase tudo.

nota:
Nos exemplos citados por João Miranda, na entrada mencionada acima, surgem alguns equívocos, como a tradução de "Tragedy of the Commons" por "Tragédia dos Comuns" (note-se que o título da presente entrada, "Tragédia Comum" apenas é inspirada pelo estudo de Hardin, não é uma tradução) ou a afirmação "Antigamente, em Inglaterra, as aldeias tinham pastagens comunitárias. Cada aldeão podia colocar nessas pastagens quantas ovelhas tivesse", quando Hardin aponta o exemplo do pasto comunitário como mais um exercício teórico sobre uma variação do dilema do prisioneiro (será melhor manter o pasto ou aumentar o rebanho? melhor o bem privado ou o público?).

Apesar de algumas falhas, porém, o Liberdade de Expressão aponta (e bem, quanto a mim) que, de um modo geral, os privados cuidam melhor das suas propriedades que o Estado das públicas.
No entanto, o próprio Hardin chama a atenção para um facto importante: o dom da gestão eficiente não é hereditário, isto é, nada garante que uma propriedade privada seja igualmente bem gerida durante gerações.
Neste aspecto, o público tem a vantagem de ser gerido por quem a comunidade escolhe, ou seja, em caso de má gestão, o período até uma nova é mais restrito e, de toda a forma, os gestores são nomeados por mérito e não por direito de sangue. Mas este mérito e a forma como são nomeados é, ou tem sido, o cerne da questão. (ou será o "cherne" da questão?)

Continua...
(there's some more to follow. Stay tuned.)

Este texto compõe-se das entradas:
1. Intro - A Democracia, esse mito.
2. Mezzo - Tragédia Comum.
3. Finale - A expansão da loucura.

A Democracia, esse mito

Da Liberalização, da Democracia e dos seus Espelhos

(A propósito de algumas entradas em blogs sobre o papel actual do Estado no que toca à Providência, seja pelo RMG, pela gestão florestal ou pela relação de Portugal com a UE. Resumindo: sobre o tipo de Estado em que vivemos.)

1. Intro

As criticas ao Sistema em que vivemos são as mais variadas e coloridas. Algumas mesmo bem documentadas, com referências a documentos interessantes, cheios de considerações que, independentemente do agrado que nos provocam ou não, têm o mérito de nos pôr a pensar; o que não é nada mau.

O Sistema em que vivemos tem um nome curioso, que apenas aos incapazes de raciocínio não faz rir, seja pela ironia, seja pela tragicomédia que encerra:
Democracia.

Mas que democracia?
Desde logo, convém desfazer um mito que tem circulado na nossa sociedade (e refiro-me à Europa), originado num restrito e maniqueísta nicho, que se tem vindo a repercutir em círculos cada vez mais alargados:
O de que a Democracia que conhecemos na Europa tem tudo a ver com a norte-americana, seguida, rapidamente, da doméstica conclusão de serem os valores portugueses idênticos aos norte-americanos.
Serviu isto de suporte ao tristemente célebre e redutor "connosco ou contra nós", aludindo a uma escolha, de facto descabida, entre o Iraque déspota e os Estados Unidos democratas.
Na realidade, a este respeito, existem duas constatações que são indesmentíveis:
A primeira, que a democracia nos EUA é substancialmente diferente da europeia (os apregoados "valores comuns" que, supostamente, nos unem são muito menos que os "díspares" que nos separam).
A segunda, em sequência directa da anterior, que a democracia europeia (da qual a portuguesa é uma mera variante), bem como a norte-americana, bem entendido, não passa de uma caricatura.

Quantos de nós se riram com a "Mafalda", de Quino, quando esta descobriu o significado e origem da palavra "democracia" num dicionário? E quantos de nós ainda hoje se riem? Eu já não me rio.
A democracia que conhecemos hoje é mais uma bola de borracha, que serve para tudo menos para cumprir os seus próprios fundamentos, a saber: o poder de decisão dos governados sobre os governantes e os seus actos.
É precisamente nesta componente, "e os seus actos", que está o problema.

Falemos de Portugal, então.
Os sucessivos Governos, desde o 25 de Abril de 1974, terão sido eleitos democraticamente? Em princípio sim. Mais, sobretudo "no" princípio, quando a afluência às urnas era grande. O que se tem verificado é que tal afluência tem decrescido. Mas tal parece estar a inverter-se. E, curiosamente, não no número de votos atribuídos aos partidos, mas aos que não são atribuídos aos partidos.
Aos votos em branco.
Imaginemos que, em lugar da abstenção, se verificava uma votação em branco do mesmo nível desta. O que sucederia? Pois nada. É ver-se, a cada ronda eleitoral, a importância dada aos votos em branco e às abstenções.
Pessoalmente, que não abdico do meu direito de voto e o faço em branco como forma de protesto, por não me rever nas forças em presença, fico aborrecido por ver como comentadores e analistas dão maior importância aos que não querem saber do seu direito de voto para nada do que aos que votam em branco.
E se por cada "x" votos em branco existisse uma cadeira vazia no parlamento?

Em bom português, estou-me borrifando para os que não se dirigem às urnas. Para eles, é indiferente quem os governa. Ao votar em branco, pelo contrário, eu e muitos como eu estão a dizer, bem alto, que não nos é indiferente quem nos governa, mas antes que quem concorreu às eleições não nos merece a confiança para governar.
Este tipo de voto devia ser importantíssimo, pois é ele que mede o nível de descontentamento da sociedade com a classe política (e não os níveis de "assim-assim" das sondagens). Devia ser um factor de pressão, pois, a partir de uma determinada percentagem, impossibilitaria a constituição de uma nova legislatura, obrigando os políticos a pensar - de verdade - o que correu mal e a tentar corrigir esses aspectos.
Serão os candidatos? Será o programa? Será o quê?

Vejam-se os recentes fogos florestais.
Todos os quadrantes políticos, do BE ao CDS/PP, tentam tirar dividendos desta tragédia e não se vão esquecer de a mencionar, cada um a seu modo, nas próximas eleições.
"Porquê?" não é a pergunta, mas sim "Porque não?".
Vai ser "giro", estará "na moda", será parte "sine qua non" de qualquer campanha que se preze, mas nada mais que isso. No final de contas, o que importa é que existam mais cruzinhas no "martelinho" que na "setinha", na "estrelinha" que na "rosinha", na "laranjinha" que na "mãozinha".
Depois, feito o Governo e terminada a "dança das cadeiras" no parlamento, o povinho tem é de estar calado e aguentar uns anitos, mesmo que o resultado das eleições, em termos de acção do Governo, mal recorde o programa eleitoral que, supostamente, o elegeu. E quanto aos deputados, incluindo ministros, é o mesmo. Ainda que não sejam quem se pensava que eram, há que aguentá-los até ao fim.

Veja-se o escândalo que foi um chefe de estado-maior ter demonstrado falta de confiança no "seu" ministro! Parece que a confiança se exerce apenas de cima para baixo, isto é, que se um primeiro-ministro declarar ter perdido a confiança no povo português, teremos de mudar todos de país...
Mas, alto lá! Aí vem a bola de borracha! (cuidado com as cabeças!):
O povo é "quem mais ordena", ou seja, nós estamos acima dos que elegemos, por via dessa condição! Está claro. O primeiro-ministro não tem esse direito.
Mas, então, nós podemos mandar passear o primeiro-ministro!
(Cuidado com a bola!):
Não! Alto aí! O primeiro-ministro é o chefe de Governo e comanda todos os portugueses! Não se pode pôr em causa a sua legitimidade.

Neste ponto, aquele miúdo esperto do 3º ano do primeiro ciclo levanta a mão e pergunta: "Desculpe, mas se foi o povo que o legitimou, qual a sua legitimidade para se sobrepor ao povo?"
A bola de borracha atravessará a sala, vinda ninguém sabe de onde, e, ao levantarmos as cabeças, verificaremos que o miúdo desapareceu, enquanto o primeiro-ministro, ajeitando o fato, dirá: "Next question, please? CNN, yes."

É esta a nossa "democracia".
E não me falem de "Democracias Directas" ou "Indirectas".
Ou há democracia ou não.
Uma vez que não a temos, deviam-lhe chamar outra coisa, mais aproximada ao que existe no seu lugar. Tecnocracia ou Autocracia ou Mediocracia...
Mas nunca Democracia.

Continua...
(there's more to follow. Stay tuned.)

Este texto compõe-se das entradas:
1. Intro - A Democracia, esse mito.
2. Mezzo - Tragédia Comum.
3. Finale - A expansão da loucura.

Et tu, Brute.

Lido em Abrupto:

--- quote ---

(...)
É minha intenção manter os leitores do Abrupto
informados de como evolui este caso.

--- end quote ---


Isto a propósito de notícias que surgiram em alguma comunicação social, levantando suspeitas quanto à honestidade de José Pacheco Pereira, no que toca ao fisco, que originaram uma série de entradas no Abrupto, normalmente assinaladas "Também ele".

Quanto a mim, a vida de cada um a si próprio diz respeito.
Este tipo de atitude, que excede a reacção natural de quem "é filho de boa gente", não revela que algo vai mal no reino do Abrupto, mas, apenas, que JPP continua a mudar lâmpadas limitando-se a ergue-las e a esperar que o mundo faça rodar o casquilho...

Alguém lhe devia explicar que, assim, não funciona.
Copérnico, tão esquecido nos dias de hoje, seria um bom princípio.

quinta-feira, agosto 14, 2003

"How Nevena found you"...

Enviado por Radmila Milinkov (Rada):
(endereço de e-mail omitido por se tratar de mensagem particular)
My Two Second Shelf Life

--- quote ---

Hi,
I thought I'd just solve the mystery for you.
I have a link to "Random Blogs" and often I just visit the blogs that come up when I click on the link.
I remember visiting your blog, but alas...could not read it, because I only have two languages, English and Serbian.
I hope you continue to visit though...

Rada

--- end quote ---


Está explicado o mistério.
Mas a dúvida permanece e amplifica-se: culpar o Canadá ou a Sérvia?
Aposto que Paulo Portas, esse crâneo, teria uma resposta pronta.

note:
Mistery solved.
We will place My Two Second Shelf Life as a permanent link under our "Blogosphere" list. Your blog is interesting enough and Melissa was a bit lonely, anyway. :)

So Rada, meet Melissa; Melissa, meet Rada.

note2:
And of course we will keep on visiting you, Rada.
We're kind of a "second shelf" ourselves... :)

Blame Canada


To our illustrious visitor from Canada, whose hit originated from
the Nevena 1 blog, our warm welcome and a puzzling question:
How and why did you manage to get here?

note:
Through out the whole Nevena 1 blog there seems to be
no direct link to our blog whatsoever!
Mind you, this one we do blame on Canada! :)

Best regards,
RS

Anagrama


Acabo de verificar que ARNOLD é um anagrama de RONALD!
Será isto um bom ou um mau sinal?
Hmmm... I wonder...

nota:
Reagan e Schwarzenegger... Bom, só com muita imaginação!
E daí... O certo é que, depois de Dubya (1), Reagan nem parece mau de todo!

(1) "Dubya" - carinhosa alcunha de George W. Bush, onomatopeia inglesa de W., para diferenciar do papá, que não o tinha. O "dubya".

Outra derrota não, por favor!


Com a troca de ideias entre A Sombra e outros blogs sobre os incêndios, passou-me da ideia editar uma entrada sobre um (des)dito de José Manuel Fernandes (mais um), em editorial do Público de 11Ago2003, p. 5, intitulado, singelamente, "Schwarzenegger".

Avisa JMF que não se deve substimar Arnold, não vá ele ser outro Ronald.
Mas não só!
Avisa, sobretudo, que ser subestimado é uma vantagem, em política, rematando da seguinte forma: "George W. Bush também passou a vida inteira a ser subestimado..." (sic)
Por favor! Qualquer coisa, excepto outra derrota vitoriosa!
Ao menos que este ganhe mesmo as eleições.
Sempre se podem culpar os eleitores...

nota:
Bem que avisei JMF que estava a desatinar.
Ei-lo de volta em grande estilo. Assim é que é! Assim até parece ele.

terça-feira, agosto 12, 2003

Fogos bons


À boleia do Mestre de Aviz, descobri num blog, que já visitava esporadicamente, um texto sobre o tema dos incêndios florestais que alerta para os problemas já mencionados n'A Sombra e em outros blogs (ver entradas abaixo), mas que salienta um facto do qual raramente nos recordamos: a dos fogos provocados pela própria Natureza como parte do seu ciclo normal de revitalização e regeneração.

Falo da entrada "O Fogo é bom" (título polémico para um texto magnífico) e encontra-se n'A Aba de Heisenberg.
Merece uma leitura atenta e uma reflexão condigna.


nota:
Por via deste texto de Paulo César Simões, A Aba de Heisenberg passa a figurar na nossa lista permanente de Blog Links.
Aos bloggers d'A Aba de Heisenberg, o nosso abraço.

Pel'A Sombra,
RS

Contextos


Lido em Liberdade de Expressão:

--- quote ---

(...) Este post do Rui
("Espírito industrial", mais abaixo) muito interessante. O Rui tira do contexto uma frase dita a propósito de subsídios estatais. Estes subsídios estatais são dados para replantar pinheiro e eucalipto que os proprietários não conseguem proteger dos fogos. São estes subsídios que estão a alimentar os incêndios e que impedem que o pinhal e o eucaliptal revertam naturalmente para o Maquis Mediterrânico. O Maquis Mediterrânico não é floresta e por isso, se o objectivo é voltar a um dos ecossistema primitivo do país, a área florestal que existe hoje terá que ser substancialmente reduzida.

--- end quote ---


Caro João Miranda (Liberdade de Expressão),

Para evitar este tipo de comentário, se bem se recorda (e os leitores d'A Sombra, também), alertei para a necessidade da leitura integral das entradas dos blogs que comentei (ver Link acima, "Espírito industrial", entrada de 09Ago2003, n'A Sombra). Não me limitei a retirar uma frase do contexto, mas percorri várias entradas do Liberdade de Expressão relativas a este tema, e nelas encontrei sempre a vertente económica como vector fundamental da manutenção florestal, o que me parece incorrecto: como ironizei antes, a ser assim, excluindo os factores ideológicos e sentimentais, daria muito mais lucro o abate integral da Amazónia que a sua protecção.

Para esclarecer esta constatação, que muito gostaria estivesse errada, agradeço uma resposta a esta pergunta:
Se a reposição do macquis mediterrânico (nas áreas em que é devido) e a ordenação correcta da restante floresta nacional não são actividades lucrativas, deverão ser realizadas ou não? E, em caso afirmativo, por quem?

Quanto a outros esclarecimentos, e porque não gosto de comentar opiniões alheias sem expor as minhas, recomendo a leitura da entrada imediatamente anterior a esta, "Fogo de vista".

Saudações,
sempre pel'A Sombra,
RS

nota:
Sem querer mais que corrigir um lapso de escrita, chamo a atenção para o facto de este blog não se intitular "o Sombra" ou "Sombra", mas A Sombra. There is a difference. :)

Fogo de vista

(*) Actualização em rodapé

Já tanto se disse (e continua a dizer) sobre a catástrofe que se abateu sobre as nossas florestas e, porém, não vejo o Governo a actuar como seria de esperar, ou seja, de acordo com uma situação de calamidade pública.
Claro que, aparentemente, as medidas mais urgentes estão a ser tomadas, como as indemnizações aos que perderam gado e pastos, mas não vejo que as férias parlamentares tenham sofrido alterações. O país arde e a Assembleia da República continua de tanga, ao melhor estilo Silly Season. Tira-se um livro branco da cartola (mais um...) e pronto.

Algumas pessoas mais esclarecidas, como um autarca, também chefe dos bombeiros, presente no debate de domingo passado na RTP 1 (lamento não recordar o seu nome) vão alertando para se começar, desde já, a discussão sobre as medidas a tomar futuramente para evitar que um descalabro destes se repita. E vai avisando (muito bem) que nessa mesa só deverão ter assento os que têm sólidos conhecimentos na matéria e não quem não sabe "distinguir um eucalipto de um chaparro" (sic). (ver actualização abaixo)

Isto terá impacto positivo na essencial reordenação das zonas florestais e, chegada a hora, na reflorestação das áreas queimadas. Como disseram alguns bloggers, embora pecando por falta de tacto ou excessivo sentido de negócio (ver entrada "Espírito industrial", n'A Sombra), as nossas florestas são, também, resultado de políticas de rentabilização industrial (resinas, papel e a própria madeira) do tempo de Salazar, altura em que factores como o impacto ambiental ou a prevenção eram secundários ou, simplesmente, ignorados, não só em Portugal como em quase todo o mundo.
Excessos foram cometidos nessa altura, mas excessos continuam a ser cometidos hoje, quando as preocupações mencionadas acima já são um factor de primeira ordem... no papel.

Entre as medidas que poderão ser tomadas, as principais têm a ver com a prevenção. Dotar os bombeiros e a protecção civil de mais e melhores meios é fundamental, mas a Natureza ri-se dos nossos esforços para a domar e, quando decide reduzir-nos à nossa insignificância, apenas podemos minorar a extensão dos danos. Este Verão, em Portugal, nem o mais numeroso e melhor equipado corpo de bombeiros florestais profissionais poderia fazer muito mais do que fizeram os verdadeiros heróis e heroínas que combateram e combatem ainda as chamas nas nossas florestas.
Importa, pois, colocar o ênfase na vigilância e nos meios de primeira intervenção, ainda considerada preventiva, na fase inicial dos fogos, bem como numa exigente política de ordenamento e reflorestação, com especial incidência nos terrenos particulares.
Precisamos de nova legislação? Que seja feita.

A aplicação acertada de verbas para este fim implica uma selecção rígida de prioridades e uma gestão de recursos muito acima da que temos testemunhado, incluindo a de recursos militares. Estes, quanto a mim, devem assumir um papel de primeira linha na vigilância das florestas, enquanto se cria um verdadeiro corpo de guardas florestais e outro de bombeiros florestais, ambos profissionais, numerosos e bem remunerados. Um país com a nossa área verde não pode continuar a depender de meia dúzia de voluntários, por mais excelentes que sejam, para controlar tanta floresta. Quanto à atribuição de meios de combate a este tipo de incêndios à Força Aérea, eles serão sempre bem vindos, mas não poderão dispensar um ainda mais forte investimento nesta área no âmbito da própria Protecção Civil, que é a entidade que deverá dispor de meios deste tipo adaptados, especificamente, ao combate e controlo de fogos florestais. E esse controlo não é um trabalho "de Verão"! É antes dele chegar que se evitam as condições de risco que aumentam as probabilidades da ocorrências de fogos nas florestas, pelo que os necessários corpos profissionais de guardas, bombeiros florestais e Protecção Civil terão trabalho (e muito) todo o ano!

E estas condições, meios e serviços terão de ser assegurados pelo Estado, pagos por todos nós, pois dar ao sector privado esta responsabilidade equivale a regar o que resta de verde com gasolina e atirar-lhe um fósforo. Que ninguém se iluda com isto; acreditar que uma empresa privada cujo ramo de actividade seja o combate ao fogo ficará maravilhada com longos períodos de inactividade é irracional. Esta responsabilidade terá de ser de uma entidade que lucre muito mais com a inexistência de fogo do que com a sua ocorrência. Apenas o Estado cumpre este requisito.

Este tipo de medidas têm de ser implementadas desde já. O resto, como prender uns poucos pseudo-pirómanos ou proibir o lançamento de alguns foguetes, não passa de um irrisório, ridículo e trágico fogo de vista.

nota:
Ver entrada acima sobre o comentário à Sombra
publicado em Liberdade de Expressão.


(*) Actualização (em 16Ago2003)

Com o nosso pedido de desculpas e agradecimentos ao Paulo César Simões
(A Aba de Heisenberg) pela tardia actualização desta entrada com a informação que, gentilmente, nos enviou por e-mail (transcrita mais para diante, n'A Sombra).

"(...) O autarca é Jaime Soares, da Câmara de Poiares.
É o presidente de camara mais antigo do país (30 anos de serviço)
e é chefe dos bombeiros há 42 anos. (...)"

Fica o esclarecimento e a menção do nome do autarca que mencionei no texto acima.

domingo, agosto 10, 2003

Era mais napoleónica


Existem, de facto, algumas buscas curiosas, que trazem estranhos visitantes à Sombra. Como a análise deste fenómeno é prática normal na blogosfera lusa, tinha prometido a mim mesmo ter outra atitude, não por a achar descabida - por vezes tem mesmo piada - mas pelo carácter d'A Sombra, onde os visitantes esperam (espero eu) encontrar algo mais.

Já por duas vezes aderi ao "blog-costume" de saudar visitantes exóticos, por ter achado a ideia simpática, pelo que foi criado um precedente que aproveito agora, mas não para enumerar o rol de buscas incríveis que trazem desconcertados visitantes a esta Sombra, que depois me entretenho a eliminar manualmente das estatísticas do GoStats.
Destina-se esta entrada, apenas, a prestar um esclarecimento a um visitante reincidente que, mais que desconcertado, deve andar completamente perdido n'A Sombra.

Caro amigo (ou cara amiga) em busca de "era+napoleonica", garanto-lhe que nada existe neste blog que o ajude, por isso escusa de cá vir a cada vez que A Sombra lhe surge nos resultados do Google. A julgar pelo número de vezes que cá veio parar, atrevo-me a sugerir que não busque mais. Pare. Vai ver que, quando menos esperar, a era napoleónica lhe cai em cima. De resto, espero que tenha apreciado esta Sombra e aqui se refresque mais vezes; adoramos "invasões" dessas, mesmo não sendo francesas.

Pel'A Sombra,
RS

nota:
O Fabien e o Zé Mário é que são os culpados disto tudo!

Melo


No seguimento da entrada anterior para que alguns se recordem que a blogosfera se escreve, principalmente, numa outra língua que o português, Melo, o blog de Melissa Lorenzen passa a estar direccionado, em permanência, n'A Sombra.
Mas não em Blog Links.

A nova categoria em que Melo se encontra chama-se Blogosphere. Outros se juntarão a ele, quando tal se justificar. E não. Não foi A Sombra que inventou o termo.

note:
In case you fly by, Melissa, know that
you're now permanently linked to the Shadow. :)
Have a nice flight.

Mellow


(My love must be a kind of blind love...
I can't see anyone but you.)

Are the stars out tonight
I don't know if it's cloudy or bright
I only have eyes for you, dear...

The moon may be high
But I can't see a thing in the sky
I only have eyes for you
I don't know if we're in a garden
or on a crowded avenue...

You are here
And so am I
Maybe millions of people go by
But they all disappear from view
And I only have eyes...

For you.


(in For Collectors Only, The Flamingos - Collectables - 1992)

Mais um Standard fantástico...
Isto começa a ser concorrência desleal ao Valete.

Recordo esta doce melodia, a propósito de um blog
inserido num site "delicioso".
A propósito, por se chamar... "Melo".

Melissa Lorenzen, a sua bela autora, assim o define:

"If only we'd stop trying to be happy
we'd have a pretty good time."

(Edith Wharton)

Eis duas sugestões a explorar:

O Blog, propriamente dito.
A "estranha" página dedicada a Dubya. (1)

Aproveitem a sugestão, se puderem.
Vale a pena.

Mellow, adj. (of people or behaviour) Wise and gentle through age or experience. - (port.) sem correspondência directa.
Melo, abr. Melodic - (port.) Melodioso

(1) "Estranha" por ser feita por uma norte-americana. Deve ser um membro de uma célula da Al-Qaeda... Mas, então, porque não está "adormecida"?

Mesmo um relógio parado...

... está certo ao segundo duas vezes por dia.

É por essas (e por outras) que continuo a visitar o blog de
José Pacheco Pereira. Dois exemplos:

ENTRE A DESRESPONSABILIZAÇÃO E A BOÇALIDADE
publicado a 09/08/03, 13:40
e
FLASHBACK
publicado a 07/08/03, 23:21

nota:
Lamento não dispor dos links directos para as referidas entradas, mas o Abrupto não parece estar a funcionar segundo este princípio. É pena.

Ausências


A ausência de Sevinate Pinto desta "reunião" não foi
um mero acaso ou esquecimento.
A este propósito, leia-se o Editorial do Público, de 09Ago2003,
assinado por Manuel Carvalho.