sábado, novembro 22, 2003

John Fitzgerald Kennedy (1917-1963)


"(...) No dia 22 de Novembro de 1963, às 12 horas e 31 minutos, ressoam vários tiros. Uma mulher enlouquecida grita: «Meu Deus, meu Deus, mataram o meu marido...» John Kennedy acaba de ser assassinado. Acto isolado ou acto teleguiado? O inquérito oficial não convencerá ninguém e ninguém jamais saberá o nome do verdadeiro assassino."

Li estas palavras pela primeira vez em 1977 ou 78. Pertencem a um livro que foi de meu pai, de 1970, que sempre me recordo de ver nas suas estantes. Chama-se «O destino dramático dos Kennedy» (Les Amis de L'Histoire, editions de Crémille, Génève, edição portuguesa dos Amigos do Livro, Lisboa).

Desde que me conheço que tenho uma profunda admiração por Jack Kennedy e que a sua família me fascina. A primeira história que li sobre o clã Kennedy, de onde extraí o excerto acima, não era muito alinhada à versão oficial dos factos. Editada em Portugal antes do 25 de Abril, logo questionava essa versão na nota de abertura. Cresci, portanto, à espera de Oliver Stone...

Hoje, ao comprar «John Fitzgerald Kennedy, a life in pictures», da Phaidon, junto com o Público, mais uma vez me pareceu reviver uma vida anterior ao ler as palavras "Hyannis Port", "Honey Fitz", "Caroline", "John Jr.", "Bob Kennedy", "Jackie"... Jacqueline Bouvier... A ironia da foto em que Maria Callas fala com Kennedy, no seu 45º aniversário (1962), é sublime. Norma Jean também lá estava.

Jack Kennedy não foi o presidente dos Estados Unidos perfeito, mas esteve mais perto do que muitos imaginam. Demasiado perto.
Não sou um fanático das teorias de conspiração, mas o facto é que o relatório Warren é uma fantochada. E não foi preciso esperar por Oliver Stone para perceber isso. Já em 1970 se escrevia assim, preto no branco: "o inquérito oficial não convencerá ninguém".
No que respeita ao dia 22 de Novembro de 1963, "JFK", de Oliver Stone, permanece uma referência. Esvaziado de romance e paixão, analisados os factos que apresenta e que podem hoje ser comprovados publicamente, demonstra para além de qualquer dúvida que um homem, uma espingarda e uma bala jamais poderiam ter causado a morte de Jack Kennedy e ferimentos no governador Connally.
Mas não é isto que faz ruir o frágil castelo de cartas erigido por Warren. É todo um conjunto de circunstâncias que conduziram à morte do presidente, que só poderiam ter sido produzidas a partir do interior do aparelho de Estado norte-americano.

Nesse aspecto, a conclusão de Oliver Stone é exemplar.
Nunca saberemos quem, mas podemos saber porquê e quem lucrou com essa morte. Como no caso de Júlio César, teremos de nos contentar com isso.

Rui Semblano
Porto, 22 de Novembro de 2003


nota:
Claro que podemos sempre culpar o pobre Lee Harvey Oswald e acreditar que, a 24 de Dezembro próximo, o Pai Natal nos recompensará pela candura. Não posso deixar de compreender, até de simpatizar, com as mentes simples que assim cogitam.
Afinal, eu era tão mais feliz quando acreditava no Pai Natal!...
De facto, a ignorância é uma benção...

sexta-feira, novembro 21, 2003

Preview


Em breve, n'A Sombra, retomaremos a publicação integral por capítulos do ensaio Camelot 2003, muito atrasada. Recordo que a entrada inicial desta série se encontra nas ligações Algumas sombras, à direita (é a última da lista).

Próximos capítulos:

Camelot 2003 . 2 . Anexo c
(A humilhação de uma ocupação dos EUA por uma potência estrangeira)
Camelot 2003 . 2 . termo do capítulo
(Conclusões)
Camelot 2003 . 3
(As duas águias)
Camelot 2003 . 4
(Onde está o exército europeu?)
Camelot 2003 . 5
(Os custos de democracia e de liberdade)

Até mais logo.
RS

Explicitamente


O Ai Jasus! concorda com a minha crítica à actuação irresponsável dos jornalistas portugueses no Iraque, que conduziu aos incidentes dramáticos de 14 de Novembro.

E pergunta, penso que ironicamente, se tenho a certeza de que "FUBAR" é uma palavra alemã. Para os curiosos, FUBAR é uma expressão usada no filme Saving Private Ryan e significa Fucked Up Beyond All Recognition. (*)

(*)
A cada um (e aos seus dicionários) a tradução da expressão e o convite a rever o excelente filme de Spielberg, se puderem. Nesse caso, dispensam-se os dicionários.

Os cadeados e a democracia


Eu, junto com colegas meus, fechei a minha Faculdade a cadeado. Foi no ano de 1998. Nessa altura, nas páginas do Público, expliquei as nossas razões numa carta que foi publicada na íntegra e que aqui reproduzo. Chamava-se...

"O porquê do cadeado.

Decidimos fechar a nossa Faculdade a cadeado durante cinco dias. Não foi uma decisão fácil. Fazemo-lo para protestar contra a injusta lei de financiamento do Ensino Superior e, paralelamente, contra a falta de condições e qualidade que sofremos dia após dia na nossa Faculdade. Eu sou um dos responsáveis por esta decisão; fui um dos que primeiro a propuseram e votei-a favoravelmente.
Não foi fácil porque, como o Magno Reitor da Universidade de Coimbra, também eu não gosto de cadeados. Mas gosto ainda menos que os outros nos façam de palhaços, sobretudo quando os outros são, supostamente, nossos colegas.

Vivemos um período difícil a muitos níveis e não será a Expo-98 a resolver os problemas que afectam o país em áreas vitais como a Assistência Social, o Emprego, a Saúde e o Ensino. Como estudante, bato-me principalmente pelo Ensino e com perfeita consciência de o fazer pelo futuro, para conseguir alterações que só muito à tangente me vão beneficiar e que só os estudantes futuros apreciarão na sua totalidade.

Somos perto de 800 alunos na minha Faculdade. Estes problemas dizem respeito a cada um deles e cada um deles tem a sua opinião, com todo o direito a tê-la. No entanto, em Assembleias Gerais de Alunos onde tais problemas são discutidos e são decididas formas concretas de acção para os resolver, surgem apenas cento e poucos desses 800 quando o assunto é polémico (como foi o caso em que se debateu a lei de financiamento e o encerramento da Faculdade) e, na maior parte dos casos, muitos menos comparecem... Trinta ou quarenta, ou ainda menos.

Como seriam as Assembleias em 1969? Não sei. Tinha seis anos em 69. Dizem que não havia cadeados e que ninguém ia às aulas. Mas sei como são as Assembleias em 1998, por isso não posso concordar que estudantes que não tenham respeito por si próprios e muito menos pelos seus colegas venham estragar o trabalho que, apesar deles, está a ser feito.
Quem pensa que nada tem a fazer numa Assembleia Geral de Alunos e deixa nas mãos de outros o seu destino perde, desde então, o direito de o alterar. Mas se esta é uma verdade universal, a realidade do passado mostra-nos que não é assim que acontece. Depois de tomadas decisões importantes que dizem respeito a todos os estudantes, são aqueles que nada fizeram para tomar parte na discussão de tais decisões, e que tão-pouco as votaram, que surgem supostamente indignados por serem sujeitos às suas consequências. Lamento que seja assim. Não gosto de cadeados, mas vejo bem a sua necessidade e razão.

Como diria um "sans-culotte" convicto a um seu colega, no romance de Anatole France, quando este se queixou de que só uma trintena de entre 900 cidadãos comparecia às assembleias da sua secção parisiense:
«Se eles viessem todos, os patriotas ficariam em minoria...»

Rui Semblano
Faculdade de Belas Artes
da Universidade do Porto"


in Público, Cartas ao Director, 30Jan1998


Como ainda é actual este texto, infelizmente. Experimente-se trocar a Expo-98 pelo Euro 2004 e passar da FBAUP para Coimbra...
A decisão grave de encerrar uma Faculdade, por parte dos seus estudantes, deve ser suportada por uma base legítima: sempre uma deliberação tomada em Assembleia Geral de Alunos (também designada por Reunião Geral ou Assembleia Magna de Alunos, conforme as instituições onde se realiza ou o âmbito da mesma). Essa Assembleia tem de ser previamente anunciada de modo claro, constando do aviso a sua data e ordem de trabalhos exacta. A partir daí, quem não aparece é demissionário. Não tomar parte de uma Assembleia em que se votam assuntos sérios ligados aos estudantes e depois dizer que se é injustiçado é o mesmo que não ir às urnas e queixar-se do Governo.

Mas a legitimação destas acções apenas respeita ao universo académico; isto é, e neste caso concreto, obviamente que encerrar uma Faculdade a cadeado é ilegal. É tão ilegal como cortar uma estrada ou entupir uma portagem. É uma forma limite de luta e quem a toma tem de estar preparado para assumir a sua responsabilidade perante a sociedade e as suas leis - em último caso justificando a sua acção perante um juiz que pode mostrar pouca simpatia ou compreensão pela acção escolhida. Quando eu assumi, enquanto dirigente associativo, a responsabilidade pelo encerramento da FBAUP, estava plenamente consciente de duas coisas: da necessidade do acto ilegal e da possibilidade de ser punido por ele. Mas isto é uma situação clara.

Outra, completamente diferente, é escrever contra o encerramento das Faculdades a cadeado com o pretexto de tal acção ser um atentado aos direitos dos alunos que pretendem ir às aulas, como alguns fazem.
Quem assim escreve não faz prova de grande capacidade intelectual, para dizer o menos. É o mesmo que escrever que as leis do Governo PSD/CDS são um atentado aos direitos dos cidadãos que não foram votar.

Como escrevi em 1998, não faço ideia como foi em 69, mas deve ter sido grandioso. Conseguir mobilizar os estudantes de modo a que cada um interiorizasse que aquela luta era dele mostra bem o nível cultural de então.
Em 2003 já só de cadeado... Como já em 98...
Isto diz bem de como os estudantes encaram o seu papel na sociedade. E é o espelho exacto dela, para nossa desgraça.


Rui Semblano
Porto, 19 de Novembro de 2003

quinta-feira, novembro 20, 2003

António Augusto Marques da Silva (1935-1991)


Desde que a minha vida se começou a desenvolver no exterior do círculo familiar, que a relação com os meus pais se alterou. Como filho único, sentia-me abafado pelos cuidados excessivos de que era objecto, pelo que, apesar de ser um homem, compreendo bem as dificuldades por que passam as mulheres, na adolescência, quando procuram o seu espaço e a sua "libertação" do jugo paterno. Também eu, não tendo irmãos, tive de travar a minha "guerra de libertação", apesar de ser do sexo masculino; circunstância que os filhos únicos acharão algo familiar.

As "guerras de libertação" deste género são injustas, de um modo geral. Os dois lados lutam com o resultado já determinado; um está condenado a perder, o outro destinado a vencer. Na altura em que travei essa luta ainda não tinha consciência plena deste facto, mas mesmo que tal soubesse, pretendia atingir a vitória num relâmpago, pelo que usei tácticas brutais e fui inteiramente impiedoso. O resultado foi uma "libertação" em tempo recorde. E o preço que paguei pela façanha veio a revelar-se demasiado alto.

A minha mãe e, particularmente, o meu pai, viram negado o acesso ao meu mundo. Passamos a ser como estranhos - mais eu, a seus olhos, que eles aos meus, pois fui eu que transformei a minha vida num mistério indecifrável para eles. Com excepção das frases de circunstância e das conversas banais, um silêncio "bem educado", civilizado, imperou entre nós durante longos anos.

Quando saí de casa, tudo mudou.
Conheci o meu pai de uma forma diferente e ele a mim. Terminaram os silêncios. De repente, o meu pai era o meu melhor amigo e não havia nada de que não pudéssemos falar. E tinha tanto para lhe dizer...
Esta amizade com o meu pai, reencontrada e renovada, surgiu mais forte e deu-me uma paz e uma felicidade que apenas conhecera em criança, quando bebia cada uma das suas palavras e olhava os seus gestos como se de um herói se tratasse. Ele era, de novo, o meu herói. Os anos que passei de costas voltadas (pois fui apenas eu que as voltei) seriam recuperados, finalmente. Decidi encetar a tarefa naturalmente, tranquilamente. Afinal, tínhamos todo o tempo do mundo.

Menos de um ano depois deste reencontro, no dia 20 de Novembro de 1991, a seis dias do seu 56º aniversário, o meu pai morreu. Sem avisos... Sem alarmes. Estava a trabalhar; foi depois de almoço; sentiu-se mal. Chegou ao hospital já sem vida. Eu cheguei lá depois. Não consegui vê-lo. Não pude falar-lhe.
Será o meu castigo pelos anos de orgulho e arrogância, o não poder recordar-me das suas últimas palavras. Quando as ouvi, não sabia que seriam as últimas.
E esqueci-as.

Estaria escrito, algures, que pagaria o meu erro com a prova de uma felicidade de que não conheci mais que uma miragem... Um vislumbre. Que perderia de novo o meu melhor amigo depois de o ter reencontrado, pois antes lhe voltara as costas e me achara melhor que ele. E não haveria outra oportunidade. O tempo acabara.

Hoje, exactamente doze anos depois desse dia, continuo a tentar o impossível: tentar chegar a ser metade do homem que foi o meu pai.

Não tenho palavras para terminar.
Socorro-me das de um velho amigo...


All of old. Nothingelse ever.
Ever tried. Ever failed. No matter.
Try again. Fail again. Fail better.



A meu pai.

Rui Semblano
Porto, 20 de Novembro de 2003

Explorer 6


Lá me decidi a instalar o Internet Explorer 6.
Verifiquei o que já antes experimentara em postos com este browser; na versão 6 do IE, a janela é limitada pela extensão em altura da coluna direita do blog.

Para resolver este problema, basta premir F11 por duas vezes; da primeira, expande-se a janela, da segunda, regressando ao modo normal, a totalidade da página do blog já é acessível.

Este expediente vai estar descrito em lugar bem visível, n'A Sombra.

nota:
Permanecer com as versões anteriores operacionais é um velho hábito dos tempos dos Macintosh... O meu velho Classic SE/30, ali ao lado, parece sorrir. Tantos anos e nem um crash... Já não se fazem máquinas assim.

nota2:
Hoje deu-me para a técnica...
Suponho que há uma explicação para isso.

Arquivos d'A Sombra


Como continuo a preferir o arquivo semanal para as entradas d'A Sombra, a lista do arquivo automático estava a crescer de mais, arrastando para baixo as outras rubricas da coluna da direita mais que o desejável.

Optei por transferir o arquivo automático para o fim da mesma coluna, assinalando o facto no antigo local e mantendo a ligação para o arquivo manual no mesmo sítio.
Fica o registo.

Anti-spam e novos e-mails


Para acabar de uma vez com o spam de que somos vítimas desde que os e-mails d'A Sombra estão activos nestas páginas, decidi acabar com as ligações automáticas nos endereços dos mesmos.

Daqui em diante será necessário fazer copy-paste do endereço pretendido para o destinatário da mensagem a enviar. É mais trabalhoso, mas compensa.

Quanto aos novos e-mails, lamentavelmente, o Clix não permite sacar o correio das caixas antigas através de servidores externos, de modo que estamos sem e-mail desde que passei a ADSL.
Para agravar tudo, o primeiro operador da Sapo.pt com quem falei disse-me ser possível inserir pontos nos endereços do meu netbi, o que é falso e originou a criação de algumas caixas de correio com endereços corridos, que não posso corrigir por mim.

Feito o pedido de alteração (há vários dias! grrrrr...) ainda não tenho os endereços correctos activos. Por qualquer inconviniente que esta situação possa provocar, as minhas desculpas.

Pel'A Sombra,
RS

quarta-feira, novembro 19, 2003

FUBAR

(*)

Não exactamente um baptismo de fogo...

Os que seguiram para o Iraque para dar notícias do subagrupamento Alfa terminaram por ser notícia eles mesmos. Não me admirei. Tendo em conta o que o Iraque é hoje, admirei-me foi de tudo não ter terminado de forma trágica.

Nunca visitei um país árabe, mas conheço as diferenças entre um árabe pobre e um árabe rico. São as mesmas que nos outros países. Se planeio uma viagem por território onde existe pobreza e não existem representantes da lei em número suficiente, procuro não dar nas vistas, isto é, não dar a entender que sou um "alvo" apetecível, pelo standard da região. Se tal viagem ocorrer num território em que à pobreza se juntam a fome, o roubo, a guerra e um ódio mais que certo aos "ocidentais", e onde não existe a mínima lei ou ordem, ainda tento dar menos nas vistas, se for mesmo obrigado a fazer tal trajecto.
Os jornalistas portugueses que se viram envolvidos no incidente de 14 deste mês decidiram arriscar um trajecto como o último que descrevi... em viaturas de luxo. Segundo o relato de um deles, tendo o cuidado de "esconder" o caro material de trabalho, como câmaras e computadores... Uma precaução tão pertinente como enfiar um Rolex no porta-luvas de um Rolls Royce...

A temeridade pode ser uma virtude. A estupidez é, apenas, estupidez.
Que ganhem juízo e percebam onde estão. É tudo o que espero.

nota:
Muitas foram as vozes que tentaram atirar com as culpas deste incidente com os jornalistas portugueses para cima de alguém. Todas (que eu tenha lido ou ouvido) falharam o alvo. Os únicos responsáveis são os próprios jornalistas.
Quanto ao Governo português, especialmente Durão Barroso, devia era admitir publicamente que não tem meios NEM a obrigação de proteger os jornalistas. Os guardas do subagrupamento Alfa não estão no Iraque para servir de escolta a essas senhoras e esses senhores. Se os jornalistas não têm preparação ou experiência para trabalhar num cenário de guerra, devem sair. De uma forma ou de outra, estão lá por sua conta e risco, não para agravar os riscos já enormes dos que tentam sobreviver no terreno. E muito menos com o nobre objectivo de ter a "sorte" de os apanhar de regresso de uma missão em que estiveram debaixo de fogo para lhes espetar os micros na cara e perguntar: "E então? Como se sente?"

nota2:
Ainda bem que não sou militar no Iraque.
O primeiro desgraçado do jornalista que me fizesse essa pergunta ia apanhar uma rajada mesmo acima da cabeleira. Assim como que... para ver como eu me tinha sentido.

nota3:
A história da libertação do jornalista da TSF, Carlos Raleiras, está muito mal contada. Segundo o Público de 17Nov2003, Raleiras foi libertado quando os seus raptores se aperceberam de que o seu chefe fora feito prisioneiro...
In the words of the virgin Mary: Come again?!

(*) FUBAR: It's a "german" word...

domingo, novembro 16, 2003

Para não esquecer


No dia europeu em memória das vítimas de acidentes rodoviários, recordo com amargura os que deixaram a vida na estrada, em especial alguns motociclistas com quem partilhei alguns quilómetros.

Como eles, muitos continuam a morrer por incúria ou inconsciência criminosas de quem faz as estradas e de quem as usa. É urgente a melhor formação de uns e de outros.

Aqui recordo a entrada "O Choque", n'A Sombra.
Na esperança vã de ver a situação melhorar rapidamente...
... E porque não podemos esquecer.

nota:
Curiosamente, ontem vi "The Straight Story", de David Lynch...
Antes de ter a primeira moto "a sério", uma Suzuki GS500E, decidi ir a Bayona com a minha fiel Piaggio 50 Superbravo... Sai de casa às cinco da manhã. Lembro-me de ter parado perto da Póvoa, para ver o sol nascer e ter pensado como iria demorar a chegar à Galiza... E como isso era bom.
Hoje, por vezes, faço médias de 140 km/h.
Maybe it's time to slow down. Maybe...

Onze


Onze minutos, nove segundos, uma imagem.
Sobre um certo dia onze...

Right here.