A propósito desta entrada no Blasfémias, sobre as escutas realizadas nos EUA pelas autoridades federais a cidadãos nacionais e estrangeiros, desenvolveu-se uma interessante troca de "blasfémias" (que, no caso, é como quem diz comentários) em que Dubya (aka GWB) termina por ser a vítima, de acordo com os que concordam com o teor da referida entrada, intitulada "Mentiras". O título está bem posto, mas pelos motivos errados.
Ora o que os jornais têm referido, de acordo com constatações de factos feitas por anti-americanos primários como o Senador Republicano John McCain, é que foram feitas "à margem da lei" milhares de escutas a milhares de cidadãos norte-americanos. Onde está a mentira? Bom, talvez seja melhor rever as declarações de Dubya na sua própria homepage, o site da Casa Branca, que o Gabriel (autor da entrada em questão) também cita. Vou fazê-lo transcrevendo a parte citada no Blasfémias e acrescentando-lhe o resto das palavras ditas por G. W. Bush, tal como estão na dita homepage do próprio:
(Blasfémias e Dubya):
"Nas semanas que se seguiram aos ataques terroristas à nossa nação, autorizei a Agência Nacional de Segurança (NSA), de acordo com a lei dos EUA e a Constituição, a interceptar as comunicações internacionais de pessoas (...)"
(Dubya):
"(...) com ligações conhecidas à Al-Qaeda e a organizações terroristas com ela relacionadas. Antes de interceptar essas comunicações, o governo tem que ter informação que estabeleça um elo de ligação claro a essas redes terroristas."
Tadaa!!
Ora se o que o Senador McCain alega é mentira, é porque os milhares e milhares de escutas em causa se resumem a comunicações reconhecidamente entre o alvo da escuta e a Al-Qaeda ou alguma organização com ligações a esta.
Por muito competentes que se tenham tornado os serviços de informações dos EUA desde 11 de Setembro de 2001, acho que é seguro afirmar que, a existirem tantas pessoas com ligações à Al-Qaeda nos EUA quantas as escutadas, já deveriam ter sido cometidos uns bons 300 novos atentados em solo norte-americano, fora os que seriam travados a tempo.
Bottom line:
Cabe ao governo norte-americano provar que todos esses milhares de escutas se enquadram nas instruções de G. W. Bush (que não terminaram em "pessoas...", como vimos).
O que é que acham?
I rest my case (hopefuly).
nota:
O discurso de Dubya está neste sítio da sua homepage.
(Caro Gabriel, não lhe agradeço esta informação, pois já tinha visto. Ir lá, para mim, é tão natural como ir à casa-de-banho, e "recorto" tudo o que me interessa, como aquela entrevista em que G. W. Bush vê em directo na televisão o primeiro Boeing a atingir o WTC...)
March 22. Portugal.
Há 12 anos
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