terça-feira, dezembro 20, 2005

Grunhidos de maçarico


Imperial Grunts
The american military on the ground

Robert D. Kaplan

Ed. Random House, 2005



"Grunhidos...

Tenho por hábito procurar, aos Domingos, a coluna "Um livro por semana", editada no jornal Público. Gosto de ler e de comprar os livros que mais me dizem respeito, seja por razões de trabalho ou de puro lazer, e uma crítica ajuda na decisão da leitura como da compra. Sendo semanal e relativamente sucinta, a dita coluna tornou-se quase imprescindível... Até Domingo passado.
Escrevia o seu autor (que não é identificado) sobre o livro: "Imperial Grunts: The american military on the ground", de Robert D. Kaplan, mas só me apercebi do facto de não ser o título da coluna uma piada, "Grunhidos Imperiais", quando ele o repetiu como sendo o título do livro em português; isto na sua ideia, é claro!
Como é que alguém que se propõe escrever num jornal, para mais o Público, sobre um livro escrito em inglês, não faz ideia sobre o que significa o título do mesmo? As implicações disto na leitura e consequente critica são evidentes.
Agora percebo o porquê de, depois de adquirir e ler "Dresden, Tuesday 13 February, 1945", de Frederick Taylor, um livro que há tempos apareceu na dita coluna, não ter percebido nada de parecido com o que foi sobre ele dito na mesma. É triste.
Já agora, a tradução e sentido mais apropriados para o livro "Imperial Grunts" é "Maçaricos Imperiais: As forças armadas norte-americanas no terreno".
Agora, "grunhidos"? Essa está boa.

Rui Semblano"


Carta enviada ao Público por e-mail, a 20-12-2005

nota:
Mais concretamente, "Grunt" significa "Foot soldier", que é como quem diz qualquer soldado da infantaria, mas é um termo dual, depreciativo ou afectivo, conforme o contexto. Ao escolher o termo "maçarico", estarei talvez a deturpar o sentido original do título, mas fi-lo propositadamente, pois, apesar disso, é uma tradução muito mais acertada que... grunhidos!...

Ainda voltarei a Dresden... Mas não agora, nem hoje.
Quanto ao maçarico que anda a escrever recensões no Público, parece que grunhe mais do que lê; pelo menos em inglês. Haja paciência...

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