sábado, dezembro 31, 2005

Haaaaaapy New Year!!

Sound it out loud!
Drum & Bass, boys and girls. Drum & Bass.



Rihana - Pon de Replay (remix)

Boas Entradas, pessoal.
Chiiina Pá!

:)

MMVI


Cá estamos.
365 dias depois e prontos para mais.

Beware of Mockingbirds.
Bring'em on!


A Sombra regressou no final de um ano difícil para (quase) todos. Contrariando as expectativas generalizadas e os indicadores péssimistas, 2006 será tudo o que quisermos. Ou não. Para os que continuam a olhar o céu, sabe-se lá à espera de quê, será um ano difícil. Para os que descobriram as suas asas, porém, ele é apenas o limite.

O destino, contrariamente ao que muitos pensam, está longe de ser fatal. O sonho, independentemente do que lemos nos jornais, apenas morrerá quando deixarmos de o sonhar. E os sonhos têm aquela mania de o serem para lá da nossa vontade, o que é óptimo, pois mesmo os que os recusam terminam por os sonhar. É inevitável.

Talvez 2006 não seja O Ano, mas ele terminará por chegar. Já todos o vimos acontecer, mesmo não nos recordando disso, como quando regressamos de um sonho impossível... que aconteceu. Portanto, não deixem de repetir, a cada despertar:
"Tenho de me recordar... Tenho de me recordar..."

Ever tried. Ever failed. No matter.
Try again. Fail again. Fail better!

Samuel Beckett

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One for the road...

... yeah.



Robbie Williams - One for my baby (Swing when you're winning)

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Factos de 2005 - II - Superpotência e Prepotência


Domingo, 28 de Agosto de 2005.
A única superpotência do planeta Terra preparava-se para dar a uma das suas maiores prepotências uma lição de humildade.
Terá sido suficiente?

Entrada actualizada abaixo. Posted by Picasa

Um furacão de intensidade 4 (ainda persistem dúvidas quanto à intensidade que o Katrina tinha quando atingiu a Costa Sudoeste dos EUA, se 4 ou 5) abate-se sobre áreas densamente povoadas de um dos países mais desenvolvidos do chamado "mundo Ocidental" e o que acontece?

Quando a Tsunami (feminino, como em ONDA!) atingiu a Ásia, há um ano, a comunidade internacional reuniu esforços para minimizar os efeitos da catástrofe. Pela primeira vez em muitos anos, os EUA, por exemplo, mobilizaram meios militares de grande envergadura para fazer chegar a ajuda a milhares de vítimas do desastre, fazendo-nos pensar que, finalmente, vale a pena ter meios desse tipo disponíveis para atender a estas emergências, seja sob a bandeira da ONU ou do próprio país; a bem dizer, aos que necessitavam de água em Aceh, pouco importava que os helicópteros que a traziam ostentassem insígnias das Nações Unidas, do USMC ou do que quer que fosse. O mundo juntou-se como nunca (mesmo contando com o 9/11/2001) e a resposta foi pronta e a melhor possível. Apesar disso, a dimensão da tragédia foi de tal ordem que, ainda hoje, os seus efeitos se fazem sentir.

Na altura, no Mississipi, os norte-americanos viam os desafortunados asiáticos na FOX e na CNN e agradeciam aos céus pelo poderio dos EUA que, felizmente, podia minimizar o seu sofrimento. Mal imaginavam que, oito meses depois, seria a vez deles.

E o que sucedeu? Todos sabemos. Não vou estar aqui a mencionar tudo o que devia funcionar que não funcionou, nem tudo o que devia ter sido previsto que não foi (e não por falta de aviso), nem o responsável máximo pelo serviço de emergência norte-americano, nomeado por G. W. Bush, que percebia mais de cavalos árabes que de seres humanos... O que sabemos é que falhou tudo.

A dita "maior superpotência", a "única superpotência", à face da Terra, foi incapaz de lidar com uma catástrofe natural no seu próprio solo. Só os tolos se surpreenderam com tal coisa. Fossem a dobrar os meios de que os EUA dispõem para lidar com fenómenos desta natureza e os resultados seriam os mesmos ou piores. Porquê?

Porque o ser humano, seja norte-americano, saudita, japonês ou português, acha que pode controlar tudo em seu torno; que é omnipotente. Nada mais falso.

Não vamos cair na asneira de dizer que o Katrina foi um acto divino; que foi "encomendado" a Alah pela Al-Qaeda, que puniu New Orleans pela sua conduta devassa e ímpia. O Katrina foi, simplesmente, um fenómeno natural de escala maior, para o qual os seres humanos não estavam preparados. Com os constantes atropelos e desrespeitos à conservação da natureza e do equilíbrio natural do meio ambiente, o clima vai ficando cada vez mais imprevisível. O simples facto de se terem acabado os nomes de código para os furacões e tempestades é sinónimo disto mesmo; o clima está a mudar radicalmente. Kyoto deve ser assumido como prioridade.

Depois do Katrina, o que fazem os EUA? Permanecem cépticos; afirmam que está por provar que as emissões de gases nocivos à atmosfera são a causa destas alterações climáticas (uma contradição de termos capaz de nos fazer ir às lágrimas, de desespero, não de galhofa!). Em suma: não aprenderam nada.

A isto se dá um nome: Prepotência.

Quanto a Superpotências, estamos esclarecidos; só existe uma, à face da Terra. E que POTUS (*) se cuide. Um dia, o céu pode bem cair-lhe em cima da cabeça...

Rui Semblano

(*) POTUS: President Of The United States

Outros factos de 2005, n'A Sombra:
Factos de 2005 - VI - Nuclear? Depende, obrigado.
Factos de 2005 - V - Paris já está a arder?
Factos de 2005 - IV - Have a smoke...
Factos de 2005 - III - Gitmo
Factos de 2005 - II - Superpotência e Prepotência
Factos de 2005 - I - Dresden 13.02.1945

quinta-feira, dezembro 29, 2005

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Factos de 2005 - I - Dresden 13.02.1945


Sobre o livro de Frederick Taylor, Dresden, Tuesday February 13 1945, José Manuel Fernandes, em editorial do Público, afirmou estar finalmente provado que o bombardeamento daquela cidade não só foi justificado como os resultados foram de grande importância para a vitória aliada sobre o nazismo.

Entrada actualizada abaixo. Posted by Picasa


A propósito de recensões, quando li a relativa a esta obra de Frederick Taylor, na tal coluna "Um livro por semana", do Público, fiquei com a pulga atrás da orelha. É que, logo a seguir (ou no próprio dia, já não me recordo), José Manuel Fernandes (JMF) veio referir o dito trabalho como "prova" de que, "afinal", o bombardeamento de Dresden em finais da Segunda Guerra Mundial foi uma acção militar legítima e inteiramente justificada, contrariando o "mito", segundo o director do Público, de que se havia destruído uma cidade inteira e morto milhares de pessoas para nada.

Como amante de tudo o que diz respeito à II Guerra Mundial, encomendei o livro na FNAC e não o larguei até ter a certeza de não ter falhado algum pormenor importante que, de facto, fosse de encontro quer à referida recensão, quer às palavras de JMF.

Em 2005, assinalaram-se os 60 anos decorridos sobre a data fatídica de 13 de Fevereiro, dia de 1945 em que Dresden foi tomada como alvo para os grupos de bombardeamento estratégico britânico 5th Bomber, 8th Pathfinder, 1st, 3rd e 6th Bomber, a que se seguiram os doze grupos norte-americanos da 1ª Divisão de Bombardeiros da USAAF (naquele tempo era "Army Air" e não apenas "Air", de onde o duplo "A").
Como muito bem está documentado na excelente série "The World at War" da BBC, que vi na RTP quando da sua primeira apresentação e que agora possuo em DVD, graças ao Público (curiosamente...), em registos da época relatados na primeira pessoa, como o do mais alto responsável pelo Comando de Bombardeiros da RAF, a prática do bombardeamento estratégico enquanto bombardeamento de largas áreas residenciais com o objectivo de infligir o máximo de baixas civis, para desmoralizar e desmobilizar o adversário, era usada normalmente pelos britânicos (assim como pelos norte-americanos e alemães). Também é conveniente não esquecer que foi pela frustração e impotência da Grã-Bretanha não poder atingir os alemães de outro modo que tudo isto começou, com o notório bombardeamento de Berlim quando a Luftwaffe tinha de rastos o Comando de Caça da RAF, levando Hitler a retaliar sobre Londres e outras cidades, abandonando de todo os alvos militares, para gáudio de Churchill e desespero dos Generais do Ar alemães (incluindo Goering, que não era tão estúpido assim...).

Dresden foi, portanto, um alvo natural, dentro deste tipo de estratégia tão estúpida como desumana. Está hoje provado que esta técnica não conduz aos resultados que pretende atingir, muito pelo contrário. Mas, em 1945, era normal. E tão normal era que, de viva voz, vários oficiais superiores de todos os campos a proclamavam como sendo usada com bons resultados (entenda-se "milhares de mortos civis"). C'est la guerre, dirão alguns. Não necessariamente, digo eu.

Como em Hiroshima e Nagasaki, em Dresden cometeu-se um crime contra a humanidade. Também em Londres, sim, e em Coventry. Em todos os sítios onde foram propositadamente bombardeadas áreas apinhadas de civis, fosse de que nacionalidade fosse o comandante dos bombardeiros.

O livro de F. Taylor não prova coisa nenhuma. É um trabalho honesto e bem documentado. Tende ligeiramente para a teoria em voga de que Dresden era um alvo eminentemente industrial, muito politicamente correcta nos dias de hoje, mas negada até à exaustão por declarações de ingleses e norte-americanos quando a prática do bombardeamento de civis era tida como dentro das "leis da guerra".
Apesar disso, de todas as fotos seleccionadas para ilustrar o livro, apenas uma mostra uma instalação "industrial": a fábrica de cigarros Universelle, convertida para o fabrico de armamento. Não esclarece o livro qual o impacto que teria o armamento saído desta fábrica nos dois meses que decorreram desde o bombardeamento até à queda de Berlim, mas parece-me seguro afirmar que não seria por ele que os nazis teriam empurrado os soviéticos para os Urais e os ingleses e norte-americanos para o Canal da Mancha e para o Mediterrâneo...

Quanto ao número de vítimas civis que pereceram no inferno de Dresden, cuja construção era eminentemente de madeira e que foi bombardeada com bombas incendiárias (para destruir as fábricas, já o sabemos...), F. Taylor diz-nos tão simplesmente que... Não o sabe.

O que diz Taylor é que, apesar da inexactidão dos números oficiais ou não, "Nada disso minimiza a terrível realidade de um tão vasto número de mortos, roubados da vida de forma tão horrenda no espaço de algumas horas, ou faz esquecer que a sua maioria eram mulheres, crianças e velhos. Estimativas irracionais - em especial as que visam ganhos políticos - não dignificam nem fazem justiça, em qualquer conjunto de valores, ao que foi um dos actos isolados mais terríveis da Segunda Guerra Mundial." (in Dresden, 13 February 1945, pág. 509, Bloomsbury 2005, paperback)

Se isto é desculpar o bombardeamento de Dresden, então já não sou eu que não percebo inglês, já não percebo é nada de nada... Nesse caso, que JMF e o recensor do Público perdoem a minha "ignorância".

Como escrevi pelo meu punho no próprio livro:
"As pessoas verão sempre o que querem ver, mas
Hamburgo, Colónia, Hiroshima, Nagasaki... e Dresden
foram crimes de guerra."

Rui Semblano


Outros factos de 2005, n'A Sombra:
Factos de 2005 - VI - Nuclear? Depende, obrigado.
Factos de 2005 - V - Paris já está a arder?
Factos de 2005 - IV - Have a smoke...
Factos de 2005 - III - Gitmo
Factos de 2005 - II - Superpotência e Prepotência
Factos de 2005 - I - Dresden 13.02.1945

A música n'A Sombra

Antes de mais, muito obrigado António Baeta, pela sugestão do CastPost, o novo servidor de música d'A Sombra. Já há alguns dias que experimento este processo e tem resultado bem.

Quanto à música, a disposição do momento, à Sombra, é ilustrada sonoramente em Shadow's Mood, na coluna da direita, sendo indicado em entrada a sua actualização. Quando a disposição muda, o som que ilustrava a anterior é colocado na sua entrada correspondente. Deve ser revelador, daqui por uns tempos, fazer um apanhado das minhas pancas musicais por datas...

No que respeita a clips inseridos nas entradas, têm a ver com o tema das mesmas ou com o seguimento das mesmas, não afectando o tema a rodar em Shadow's Mood.

Sei bem que isto só resulta a 100% com ligações de alta velocidade, por isso peço desculpa aos que usam ligações lentas; cheguei à blogosfera em 56k, passei para ADSL e, hoje, estou ligado à rede de cabo. Resta-me esperar que, em breve, os modems de 56k sirvam exclusivamente para emergências (lembras-te, Raquel?), tornando-se as ligações de alta velocidade mais baratas e generalizadas, de modo a que se possa usufruir da Internet em melhores condições.

E, já que me recordei da Raquel, aqui fica uma mensagem suave.



Erykah Badu - Bag Lady (standard edit)

nota:
Não tão suave como a que tem rodado por estes dias no Little Black Spot,
e que é magnífica, mas quase... ;)

terça-feira, dezembro 27, 2005

A Arte da Mesa...

A propósito do dinheiro desperdiçado nas campanhas eleitorais em Portugal (como em todo o lado), e não apenas nesta, mas em todas, o Blasfémias tem uma entrada de PMF que, entre os seus comentários (de todo o tipo, como convém à democracia), merece esta reflexão da parte de jcm:

"Poderá haver Campanhas sem grana? Encore langue de bois."
comentário de jcm neste link para "Quanto vale uma campanha eleitoral?", de PMF, no Blasfémias.

Ora, sendo as campanhas eleitorais, por definição, o tempo concedido por lei para que os candidatos dêem a conhecer aos eleitores os seus programas, trata-se de um serviço público (ou estou enganado?).
Uma vez que já não estamos na Idade Média, em que os mercados eram deveras importantes enquanto agregadores de povo, e que cada vez mais portugueses não sabem ler, de acordo com estudos oficiais, resta o Case Study do futebol para ilustrar a concretização de um serviço realmente público.
Passo a explicar:

Quando existe um jogo de futebol considerado de serviço público, como quando o Benfica vai jogar amigavelmente à Letónia ou algo assim, não há cidadão interessado que deixe de acompanhar o evento, isto é, de ser informado cabalmente sobre o mesmo, via Televisão e Rádio (e imprensa, mas vamos deixar as letras de fora, por piedade). Pode até dar-se o caso de o clube ter de pagar alguma coisa para que isso suceda, mas geralmente até acontece o contrário! Adiante.

No caso das eleições e respectivas campanhas, pergunta o jcm se podem fazer-se sem "grana". Sendo serviço de interesse e utilidade públicos, evidentemente que sim. Bastaria assegurar a todos os candidatos por igual, desde o VIP mais "in" ao desconhecido mais "out", o mesmo tempo de antena em televisões e rádios públicas, o que, no século XXI, mesmo em Portugal, significa abranger a maioria dos cidadãos eleitores interessados.

Quanto a gastos com campanhas, vulgo "outdoors", "spots", "poles", viagens, frigoríficos, bandeirinhas e jantares... Nada. Nicles. Zero.

Tadaa!

nota:
Mas compreendo que tal coisa seja considerada uma aberração em muitos meios; sobretudo nos dados à mesa farta.
Da boa e da cara como da reles e de graça.

nota 2:
Oops. Com tanto "j" fiz uma troca! Afinal, jcm é um e jcd outro. Correcção efectuada, com um abraço aos dois "jotas". ;)

Em Kabul, entre o Natal e o Ano Novo


A política não é algo que interesse aos militares. A sua missão é algo que transcende os jogos hipócritas, feitos, tantas vezes, a milhares de quilómetros do seu teatro de operações. Independentemente da opinião que tenho sobre o envolvimento de Portugal no Oriente Médio, tenho orgulho da imagem que os militares portugueses têm deixado junto das populações que são chamados a servir, desde a Bósnia a Timor.

Uma vez que A Sombra já foi visitada por alguém que se encontrava em Kabul (presumo que um dos nossos militares), daqui envio votos de um bom trabalho e rápido regresso com a missão cumprida, em especial aos Comandos, a quem cabe o trabalho mais arriscado.
Que 2006 vos traga sucesso.

E que os leões vos temam. Mama Sume. Posted by Picasa

And, by the way...

... Shadow's Mood foi assim actualizado nesta data.
A propósito do coelho.



Pink Floyd - Time (Dark Side of the Moon)

Run Rabbit, Run



Até este ano passar, ainda há muito trabalho a fazer. Que saudades das férias de Natal!...

Mas, a verdade, é que já sentia saudade do meu atelier, das tintas e dos projectos.

Há uma peça para entregar.
The clock is ticking.
And I just love that sound!

;) Posted by Picasa

domingo, dezembro 25, 2005

Chestnuts roasting on an open fire...

Ah... O Natal no campo... O calor do fogo na cozinha... O arrastar das brasas para assar as castanhas e o chouriço... O abafadinho... O bacalhau regado com o azeite das azeitonas que crescem em torno da casa... A Galette des Rois da minha cunhada... Os gatos cada vez mais gordos a dormir uns sobre os outros... A calma que só aqui existe.

A novidade é que o meu cunhado já tem Net em casa e, assim, escuso de ir a Alvaiázere ou a Tomar para espreitar a blogosfera, como antes.

A noite de Natal terminou de madrugada, à volta do lume. Hoje, a minha mãe ensina a sua receita das rabanadas à Lina (a cozinha sempre me transcendeu, algo que tenho de remediar qualquer dia... But not today!), e prepara-se o jantar. Na adega, o meu sogro dá-me a escolher o pipo de onde sairá o nectar que o vai regar... Saudade do Porto? Nem pensar!

Confesso-me urbanita, como admito que jamais viveria fora do Porto, a cidade onde nasci e que amo irracionalmente, como sempre se ama, mas também é certo que esta paz e esta qualidade de vida não têm preço, e é sempre com prazer que retorno às Terras do Falcoeiro. *

Desde aqui, envio um abraço a todos quantos visitam A Sombra, na esperança que passem um excelente Natal. Até breve.

Rui Semblano

* Falcoeiro, Alvaiázere (topónimo árabe original al-Baiaz)