Acho curiosas as discussões que se geram em torno do tipo de assuntos como a Segurança Social, por exemplo. Por todo o lado (o que é óptimo) se discutem os prós e os contras do Estado Social e da neoliberalização da sociedade, mas sem a Fátima Campos Ferreira (o que é mais que óptimo): nos cafés, na rua, nos blogs... Mas termina por ser um diálogo de surdos. Os argumentos vão-se perdendo, de um e de outro lado, pelo simples arrastar da coisa...
Talvez por isso me tenha agradado desde o início o formato d'A Sombra. Não temos milhões de visitantes, mas quando um e-mail aqui é dirigido com esse fim (raramente se recusando a sua publicação) é lido tranquilamente, digerido e, se necessário, respondido - em privado ou n'A Sombra, conforme o caso. Não existe, assim, aquele instinto de resposta imediata, às vezes no minuto seguinte, quase a recordar o MSN Messenger. Só faltam as abreviaturas e o calão de sms, para completar o quadro. Por mim, tirando os comentários maiores, feitos com mais calma (por vezes fora da janela dos mesmos e copiada posteriormente), prefiro o curto e directo, o nonsense, como o comentário transcrito na entrada anterior (toda ela, já agora), ou a marcação de presença telegráfica "passei aqui e gostei (ou não)".
No caso da Segurança Social, tão in no momento, as coisas começam a sair do sério. As opiniões deixam de o ser e passam a ser razões, planos, estratégias, filosofias... E depois admiram-se de alguns comentários do tipo "se-sabes-assim-tanto-disto-que-estás-aqui-a-fazer?"... Realmente, se tudo fosse tão simples como querem fazer parecer, sobretudo (mas não só), os que defendem o fim da Segurança Social.
Por isso não digo que me junto ao debate, mas apenas que, n'A Sombra, se seguirão algumas considerações sobre o nosso sistema de Segurança Social e o que, em minha opinião, nele falhou. Ao menos assim, quando deixar uma farpa num qualquer local de discussão do tema, já saberão ao que vou.
Até logo, portanto.
RS
March 22. Portugal.
Há 12 anos
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