O
Jornal de Notícias (18-09-2003, p.1, 2 e 3, "
A blogomania nacional") dedica honras de primeira página ao fenómeno dos blogs em Portugal, a propósito do encontro nacional sobre Weblogging que se realiza a 18 e 19 deste mês, na Universidade do Minho, em Braga.
Trata-se, segundo o JN, da "última moda de comunicação pela Internet" e, para falar sobre ela, estarão em Braga alguns dos "incontornáveis", como
António Granado (
Ponto Media),
José Mário Silva (
Blog de esquerda) - que, afinal,
não poderá estar presente - e
José Pacheco Pereira (
Abrupto). Vão estar bloggers ligados ao jornalismo, para falar sobre weblogs e jornalismo, e estarão bloggers "comuns", para falar sobre weblogs "na generalidade".
Parece um congresso e, se calhar, é mesmo.
Antes de conhecer este encontro já o
Crítico me tinha chamado a atenção para
um outro, a realizar em Outubro, em Lisboa; este mais íntimo, menos "congresso"; mais "restaurante", menos "universitário". Não sei se irei a Lisboa, em Outubro. Sei que ontem não fui a Braga e que, também, lá não irei hoje.
A Blogosfera é um mundo virtual, onde a realidade existe a par com o sonho, a possibilidade a par com o impossível. Ainda assim, o seu papel não se esgota em si mesmo (longe disso) e a maior parte dos assuntos nela tratados e retratados (será mesmo a maior parte?) é bem real.
No meu caso, que nunca dispensei a escrita - escrevo este texto com o negro do costume, sobre o habitual papel branco liso de um caderno mais - , trata-se de uma extensão natural da mesma; de uma abertura do caderno de forma inconcebível, fora do contexto virtual da Blogosfera.
Amante da troca de opiniões e da eterna demanda que é a busca da verdade, nunca deixarei de discutir ideias pessoalmente - em oposição ao
bartoon de Luís Afonso; e há muitos assim - sejam os meus interlocutores bloggers ou não, mas fazê-lo numa perspectiva de "congresso" causa-me sérias dúvidas.
Qualquer dia ainda vão propor a criação de um grémio para bloggers (ou de uma "
guilda", já agora!) ou de sindicatos que defendam os seus interesses... Lamento, mas não me parece que seja por aí.
Aliás, como diz o JN, isto não passa de uma moda "sem interesse comercial" (não existe sexo ao vivo, apesar dos esforços insanos do "
Pipi"); e eu, que nunca fui em modas, que não imagino o destino desta Sombra, permanecerei o que sempre fui: eu.
Se na Blogosfera ou no caderno onde escrevo neste momento (como escrevo desde os meus 17 anos) não faço ideia.
Apenas sei que sempre continuarei a escrever.
E que "congressos" dispenso-os bem.
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