José Manuel Durão Barroso tem honras de fotografia na "The Economist" desta semana ("Portugal's public sector - I'm going to gut it") (1). A reforma do funcionalismo público é apresentada como se fosse a pedra de toque do Governo. Apontado como uma estrutura típica do século XIX, onde uma posição era invejada por qualquer "euroburocrata" (vitalícia, despedimento impedido por lei, promoção automática, ordenado acima da média e com aumentos regulares garantidos, avaliação dez em dez assegurada), o nosso sector público vai sofrer uma reforma sensacional, assegura-nos a "The Economist". Curioso, na expectativa de encontrar mais uma "idée au lait", percorri o pequeno artigo, mas nada de mais encontrei ("idées au lait" só na "Business Week").
Continuo a interrogar-me se acabar com a promoção automática será boa ideia.
Os 708.000 funcionários públicos portugueses eram, até aqui, promovidos indiscriminadamente, isto é, a par com 9 asnos era promovido um eficiente. Conhecendo as avaliações "independentes" em Portugal, estou a ver o panorama e, francamente, não vejo qual a vantagem de promover "por mérito" apenas cinco dos dez funcionários públicos mencionados acima, se entre eles o eficiente não se encontrar.
(1) The Economist n.27, July 5th-11th 2003, p.32
March 22. Portugal.
Há 12 anos
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