sábado, julho 12, 2003

PREC


Está encontrada a solução para a recessão económica em que Portugal se encontra.
A anexação do Recebimento Especial por Conta ao Pagamento Especial por Conta (a sigla pode induzir em erro, apesar de se tratar de uma medida, realmente, revolucionária), que resulta no pacote PREC, muito diferente do actual pacote (salvo seja) de Manuela Ferreira Leite, a Dama de Pau (singular).
Este pacote tem o objectivo principal de fazer o País disparar para a linha da frente da Europa, mas, também, torná-lo capaz de ombrear com os EUA, se não mesmo ultrapassar a América. Consta de medidas de aplicação imediata, extremamente populares e simples de implementar, capazes de, não só proporcionar ao Governo uma melhoria do déficit para valores próximos do zero absoluto, como de restaurar os índices económicos de confiança, elevando-os para um patamar superior a qualquer dos países da CE.
Enumerar as múltiplas matizes deste pacote seria fastidioso, além de que, do ponto de vista técnico, não tendo eu formação académica em economia, não conseguiria defender uma dama tão sofisticada, mas, em linguagem de leigo nos mi(ni)stérios das finanças, trata-se mais ou menos disto:
A par de um aumento do horizonte do PEC para os três próximos anos fiscais, que se traduz no pagamento antecipado de três anos de imposto, é pago a cada contribuinte o equivalente a três anos de rendimentos. Isto traduz-se por um salto em frente até ao início de 2007, ultrapassando todos os parceiros comunitários.
Mas o melhor, é que se processa tudo isto como se a economia permanecesse em 2003, ou seja, os contribuintes recebem os seus rendimentos vindouros como se não os tivessem já recebido por conta, e pagarão os respectivos impostos na altura devida, pois três anos de PEC, para mais condensados, chegam e sobram para recuperar a normalidade (desde que Paulo Portas não se ponha a inventar com a Lockheed).
Não sei quem foi o idiota que se lembrou disto, mas mete o pacote de Manuela Ferreira Leite no bolso (o outro). Além disso, gosto da designação. A perversidade sempre me fascinou, mas não a da Dama de Pau. Essa é demasiado evidente.
Afinal, como ela diz, se um indivíduo que ganha 170 contos (é sempre uma delícia ouvir a ministra falar em escudos - tão refinadamente fora de moda...) pode ver 20 deles retidos na fonte, também as empresas o podem fazer. Um argumento de peso, peso esse em ouro, mais concretamente 13.000% mais de peso em ouro! Uma "génia", esta senhora. Mas o inventor deste novo PREC não lhe fica atrás.
Para os mais curiosos, podem procurar esta nova medida em: http://www.min-economia.pt/.

nota: Entrada reeditada na cidade dos Senhores do Templo de Jerusálem. De novo as minhas desculpas pela defeituosa edição anterior.

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