José Pacheco Pereira (JPP) continua a estarrecer-nos com as suas diatribes em prol de valores caros ao Sistema. As suas opiniões sobre a invasão do Iraque ficaram tristemente célebres, mas que dizer da sua crónica sobre o mais recente caso Berlusconi? (Público, 04Jul2003 e Abrupto)
No encerramento da série de conferências dedicadas a Urbano Tavares Rodrigues, que decorreu entre 1 e 4 de Julho na Cooperativa Árvore, no Porto, Miguel Veiga lembrou como vai mal o intelectual no limiar do novo século, quando se confina ao discurso alinhado com o poder, sistematicamente.
A dúvida que me assalta é qual o poder com que JPP se alinha. Inteligente, culto, informado, JPP deve ter entendido há muito que os nichos de Poder denominados Governos, não são mais que os altares dos santinhos nas igrejas. Alguns há que, supostamente, são milagreiros, mas isso são tretas de sacristia. O Poder que importa é o que está no altar-mor, ao fundo da nave central, que alberga as relíquias. Não que em Bruxelas esteja tal coisa, mas que fica mais próximo do que Lisboa é um facto.
Tal como os que dizem servir a Deus são recompensados sem que saibam de onde lhes vem o prémio, também aos servos do Sistema não importa saber do benfeitor mais que as grandes linhas orientadoras. Mas, como todo o bom beato, ao intelectual orgânico convém não esquecer por umas velinhas nos nichos dos santinhos subalternos. Sobretudo dos que dizem capazes de fazer milagres.
March 22. Portugal.
Há 12 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário