quinta-feira, julho 31, 2003

Enfant (pas assez) terrible?


A "ovelha negra" dos Castro Caldas está de volta ao Pinguim Café. Leio isto no Público (local, p. 56 , 31Jul2003 - sem reprodução on line). Interrogo-me: e o Pinguim Café? Estará de volta? Não me parece. Há muito que desapareceu.
Tive o privilégio de colaborar com o Joaquim Castro Caldas nas Segundas-feiras de Poesia, quando ainda havia Pinguim Café - aquele, do Palolo na parede, dos cinzeiros da Fátima e da cave obscura... Esse local, por muito que uma placa moderna à porta tente desmenti-lo, já não existe.

"Adoptei o Pinguim Café por empatia, primeiro, depois por simpatia e, finalmente, por tua causa. Pelas noites que voam ou se arrastam na cave desse café, conforme conseguem ser sublimes ou uma merda completa. Mas por isso são tão dignas, pois são como a vida e essa raramente é sublime, sendo o mais das vezes uma boa merda..."

(in "Algumas das folhas que vou borrando com tinta" de Rui Semblano - 1981-1995, excerto do prefácio dedicado a Joaquim Castro Caldas.)

Diz, hoje, Joaquim Castro Caldas, no Público, avisando eventuais nostálgicos:
"Há uma coordenação, um alinhamento, não é bem à balda, como no velho Pinguim."

Caro Joaquim,
Não te desejo outra coisa que sucesso, mas permaneço demasiado nostálgico para te ir ver e ouvir, assim como estás, alinhadinho, no "novo" Pinguim.
Permaneço "desalinhado", sabes? Ainda te lembras?
Mas não te levo a mal, pois sei de onde te veio o "alinhamento" e eu, que te conheci como conheci, seria o último a criticar-te por isso.
"Suerte!"

Rui Semblano,
Porto, 31 de Julho de 2003

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