Na
The Economist n. 40, de 4/10Out2003, a capa diz tudo: Tony Blair e G. W. Bush com expressão de quem "deita contas à vida" sob a esmagadora chancela: "Manipuladores de decepção em massa" [
1].
Mas no interior há mais:
"Seis meses e uma guerra depois, os inspectores chefiados pelos norte-americanos deviam dizer ao Congresso [dos EUA]
que os programas de mísseis e os esforços de aquisição [de material bélico]
de Saddam Hussein violaram, de facto, as resoluções da ONU, oferecendo provas da sua duplicidade. No entanto, nenhuma arma de destruição em massa [ADM]
foi encontrada, quanto mais o aterrorizador arsenal de cuja existência o mundo foi avisado.
Mesmo muitos dos que se opuseram à guerra estão chocados e abismados [por esta circunstância]
, especialmente pela aparente ausência de armas químicas que Saddam Hussein teria, supostamente, em seu poder.
Como inquisidores condenando uma bruxa, alguns argumentam que este fracasso [em encontrar tal arsenal]
simplesmente confirma a astúcia de [Saddam]
Hussein. Isto não chega.
Ao acrescentar as suas próprias alegações, com base em informações dos serviços secretos, às dos inspectores da ONU, os senhores [G. W.]
Bush e [Tony]
Blair transferiram parte do ónus da prova de [Saddam]
Hussein para eles próprios."
E conclui a
The Economist:
"A guerra, ainda o pensamos, foi justificada. Mas ao construir a sua justificação, os senhores [G. W.]
Bush e [Tony]
Blair não foram correctos com os seus povos."
Well, well... Um "mas", finalmente, nas páginas da
The Economist.
Ao que isto chegou; está tudo perdido.
[
1]
No original
"Wielders of mass deception"; sendo
wield o acto de manejar eficazmente uma arma, mas, também, manipular. Um trocadilho interessante.
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