quarta-feira, março 15, 2006

No(vember...)



Nada, hoje.
Excepto o Miguel.
E o seu silêncio...




Art of Noise - Opus 4 - The best of (blue cover)




Vai leve a sombra
Por sobre a água.
Assim meu sonho
Na minha mágoa.

Como quem dorme
Esqueço a viver.
Despertarei
Ao sol volver.

Nuvem ou brisa,
Sonho ou [...] dada
Faz sentir; passa,
E não foi nada.

Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1913-1930), Ática, Lisboa 1970

4 comentários:

  1. No lugar dos palácios desertos e em ruinas
    À beira do mar.
    Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas
    De quem sabe amar.

    Qualquer que ele seja, o destino daqueles
    Que o amor levou
    Para a sombra, ou na luz se fez a sombra deles.
    Qualquer fosse o voo.

    Por certo eles foram mais reais e felizes

    1-3-1917

    Álvaro de Campos, poesias - clássica editora

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  2. PireF:
    Eu tinha um pressentimento, caro Pires, eu tinha um pressentimento...

    Obrigado pelo poema.
    RS

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  3. Caro RS
    Não e incrível como o F.P. tem uma palavra para todos os momentos?
    Great sound,eu ainda ando as voltas com o som no meu.

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  4. Malou:
    Se existe um poeta (no caso poetas) que me apaixonou desde que o ouvi pela primeira vez foi Pessoa.
    "Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce"
    (inscrito no edifício da escola onde a minha mãe fez o secundário e eu passei um ano, já no 12º, anos depois do Colégio de Gaia, a Soares dos Reis, no Porto).
    Quando li a continuação, "passei-me" literalmente:
    "Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!"

    Um abraço,
    RS

    nota técnica:
    Se necessitar de ajuda com o som, o mail da Sombra está sempre activo! É só avisar.

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