domingo, setembro 07, 2003

Ana, darling...


Num artigo de opinião de página inteira ("GNR no Iraque ao serviço de quê?", Público, 07Set2003, p. 8), Ana Gomes faz uma ronda por muitos dos factos que fazem com que milhões em todo o mundo e em Portugal considerem a invasão do Iraque um atentado à ordem mundial e à ONU.

Na sua ânsia de não parecer "antiamericana", porém, termina por não questionar o envio da Guarda na sua essência, mas apenas na forma.

--- quote ---

"(...) A presença no Iraque de GNR, polícia, Forças Armadas ou técnicos portugueses deve ser considerada e apoiada no quadro de uma missão com um mandato claro das Nações Unidas. Se o Governo prosseguir o envio da GNR nas presentes condições estará mais uma vez a colocar Portugal no estatuto de valete menor ao serviço de interesses questionáveis, cuja natureza e dimensão ainda estão por averiguar.

Não está em causa a preparação e a motivação dos soldados da GNR que se voluntariam para o Iraque e que escolheram uma profissão que supõe arriscar as vidas. Está em causa, sim, a legitimidade do Governo para pôr em risco as vidas desses cidadãos, comprometendo forças nacionais numa ocupação ilegal. (...)"

--- end quote ---


Ou seja, para Ana Gomes, o envio da GNR para uma zona de guerra aberta não constitui um problema se for realizado sob a bandeira das Nações Unidas em lugar da norte-americana.
Estou esclarecido.


nota:
Ainda vamos ouvir Ana Gomes a propor a extinção do Exército português.
E, realmente, com uma GNR assim...

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