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Dia quatro
Manif. Mundial pela Paz
Poderá ser a última vez que me manifesto ao lado de pacifistas...
Eu protesto contra esta guerra, sou contra muitas guerras, mas reconheço que, por vezes, só lutando se preserva a liberdade. Entre duas mil a três mil pessoas reuniram-se na Praça dos Poveiros e seguiram até à Praça da Liberdade, via Praça da Batalha (Porto). Em Lisboa, fala-se em oitenta mil (mas não creio).
Nas televisões, os "ventriloquos" do Pentágono insistirão no horror aos falsos pacifistas, que não se manifestaram quando a (então) URSS invadiu o Afeganistão. Que saudades têm eles desse tempo! Lamento profundamente que o Bloco de Esquerda e o PCP insistam em levar dezenas de bandeiras partidárias para estas manifestações. Que não compreendam como isso é nocivo para esta causa é incrível.
No rescaldo da manif, a vigília proposta para a Praça da Liberdade falhou; os "suspeitos do costume" juntaram-se à porta do McDonald's, assobiando os que entravam ou saiam (não passou disso). De regresso a casa, um automobilista grita (para o pequeno grupo onde eu e a Lina nos encontravamos): "Onde é que estavam na Guiné?" Olhamos uns para os outros. A média de idades era cerca de vinte e dois anos. De facto, a inteligência não é o forte dos que apoiam esta guerra...
RS, An Illegal War Journal, 22/03/2003
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Milhões e milhões de pessoas em todo o mundo se manifestaram contra a invasão do Iraque, a 22 de Março de 2003, incluindo aqueles em nome dos quais se faz esta guerra: os nova-iorquinos. (*)
Manifestantes em Nova Iorque, 22 de Março de 2003.
imagem: Jo Freeman.
(*)
Em 2004, uma sondagem indicava que 66% dos nova-iorquinos queriam abrir de novo a investigação aos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001. Indicava também que cerca de metade dos mesmos pensava que os responsáveis governamentais sabiam o que estava para acontecer e o permitiram (ou "ajudaram").
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