quinta-feira, setembro 21, 2006

Absolute Power.






Political language is designed to make lies sound
truthful and murder respectable, and to give
an appearance of solidity to pure wind.

If liberty means anything at all, it means the right
to tell people what they do not want to hear.




George Orwell




Orwell bem podia estar a pensar no 11 de Setembro de 2001 ou no de 1973 quando escreveu a primeira das duas citações acima. Mas, neste aspecto, a Igreja Católica dá dez a zero em qualquer conspiração, real ou imaginária. Afinal, o seu próprio 9/11 já vai com 2006 anos e nada ameaça a "Virgem" Maria.

Se as declarações de Ratzinger em Ratisbona forem enquadradas na segunda das duas citações acima, a liberdade assume outra dimensão: a da doutrina. A liberdade de dizer o que os outros não querem ouvir não vale de nada enquanto esses outros não estiverem predispostos a ouvir o que não querem. Por isso as perguntas incómodas sobre o 11 de Setembro de 2001 só agora começam a ser ouvidas (e refeitas) por tanta gente. E por isso é que o Islão não quer ouvir o muito que os "ocidentais" têm para dizer.

E não esqueçamos que, há alguns anos, quando um francês levantou a ponta do véu e acusou o Governo dos EUA de conivência com os autores do 9/11, meio mundo o insultou e enxovalhou. Hoje, os autores de Loose Change e tantos outros como eles ousam ir mais longe e o mundo escuta-os. É natural. São norte-americanos.

Alguém escreveu na blogosfera que Oriana Fallaci tirou o Chador frente a Khomeini num acto de coragem. Engana-se. Se fosse iraniana, teria sido um acto corajoso. Assim, sendo "ocidental" e com bilhete de volta na carteira, não foi mais que mal-educada.
Se não conseguirmos a sabedoria e a paciência para proporcionar meios, espaço e tempo para o mundo islâmico evoluir a partir do seu interior ele não mudará jamais. E há bomba e ao insulto, erudito ou boçal, ainda pior.

Rui Semblano
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