A propósito do artigo do
Público, de 02Ago2003, p. 25, da autoria de Isabel Leiria,
"É possível entrar em universidades públicas com 5 valores".
O estado deprimente a que o
Ensino chegou, em Portugal, passa regularmente pelos jornais e noticiários como mais uma daquelas inevitabilidades aborrecidas, como a fome em África ou o despotismo nos países árabes, perante as quais muitos preferem encolher os ombros e esperar que a imagem mude ou avançar, com um suspiro, para a secção de desporto.
Agora, para além de mudar de rumo com a máxima urgência, já nada podemos fazer; o mal está feito e de nada adianta chorar.
Desde que a paranóia dos índices de aproximação à UE se instalou em Lisboa que temos progredido loucamente no papel, ao mesmo tempo que regredimos ainda mais no terreno. Felizmente, parecemos ter parado antes de dar o último passo: as licenciaturas automáticas, do tipo das dadas pela Universidade do País Basco (UPV), embora os mestrados automáticos sejam prática corrente há bastante tempo.
No entanto, não me parece que o rumo se altere na actual legislatura, a julgar pelos exemplos da mesma paranóia em outros campos.
Conseguimos aumentar, no papel, o nosso desempenho ao nível do Ensino. Fantástico. Agora olhem pela janela e tirem as vossas conclusões. Serão, aproximadamente, as mesmas a tirar de idêntica comparação, após Manuela Ferreira Leite nos colocar no pelotão da frente da UE.
No papel, claro.
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