domingo, agosto 03, 2003

The Wall


Os adeptos da argamassa e do tijolo, e os do betão armado, em especial, estão radiantes. Desde a queda do Muro de Berlim que andavam meio cabisbaixos, mas Ariel Sharon ressuscitou-lhes as esperanças.
Afinal, o Muro permanece uma alternativa sensata, apesar de reeditar um modelo do século passado. Estrutura "defensiva" (sic) serve como escudo face às infiltrações dos extremistas palestinianos, que, como todos sabemos, não têm capacidade de raciocínio suficiente para entrar em Israel a partir do Líbano, da Jordânia, do Egipto, da Síria ou de um qualquer buraco no chão.
A realização do Muro, além do mais, permitirá às Forças de "Defesa" Israelitas capturar tais extremistas, pois será simples detectá-los, às cabeçadas ao cimento, tentando passar para o outro lado.

Ainda na última visita realizada aos EUA, Sharon foi imperial: A construção do Muro não é um factor negociável, ao que G. W. Bush respondeu que nem poderia ser de outro modo, dados os antecedentes abonatórios do outro, na Alemanha.

De facto, um dos pontos do acordo bilateral assinado pelos EUA e Israel é, precisamente, a alteração dos manuais escolares em ambos os países; não vá alguém lembrar-se de comparar o Muro israelita com o de Berlim, que, aliás, e segundo a nova versão dos livros de história bilingues, em inglês e hebraico, "funcionou perfeitamente, até que os safados dos vermelhos o deitaram abaixo".

"All in all it was all just bricks in the wall.
All in all you were all just bricks in the wall."

(in The Wall - Pink Floyd - 1979)

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