sexta-feira, outubro 31, 2003

Vencer


"(...) Neste campo de batalha juncado de inocentes, onde ainda se combate bárbara e cruelmente, já só tenho um pensamento: sobreviver. Se o conseguir, quem sabe, poderei aspirar mais tarde a lutar de novo para vencer. É tudo o que espero. Iludir as lâminas com o meu nome gravado; escapar com vida.

(...) Haverá outros cadernos, como outros houvera no passado; outras páginas, mas nenhuma como estas. Ao longo delas tomei consciência da ascensão do Sol Negro e vi a sua luz, que não existe. A partir daqui, nada será igual.

Termino com uma mensagem para mim próprio
quando atingir os quarenta anos de idade:

- Que estas páginas possam ser apenas testemunho do passado; que as possas ler com a serenidade de seres diferente do que eu sou hoje e, sobretudo, quer tenhas ou não uma companheira do teu lado, que possas ser mais do que eu já fui. Que possas ser feliz. Espero, no entanto, que tenhas já contigo essa companheira. Se assim for, não faças tudo errado outra vez. Fá-lo por mim. Fá-lo por ti. Fá-lo por essa doce criatura que ainda não conheço e que não merece sofrer assim."

Rui Semblano
21 de Janeiro de 1998


Descoberto por acaso (seria?) a 28 dias do dia 28 de Novembro de 2003, dia do meu quadragésimo aniversário, na véspera da partida para Terras do Falcoeiro, onde celebrarei um outro, a 1 de Novembro. O da doce criatura que não conhecia há seis anos atrás, que espero manter como companheira enquanto viver e, talvez, um pouco mais além... O único amor é o último. Que permaneça.

Rui Semblano
31 de Outubro de 2003

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