Chega Novembro.
Com ele, chegam dois dias de tranquilidade, longe do burgo.
Al-Baiaz resplandece de sol e de azul.
À chegada, o tradicional "bolinho", a sair do forno de lenha; o presunto e o queijo; o vinho que já começa a sê-lo; as chamas que já se querem altas na imensa lareira da cozinha, onde os ganchos aguardam em silêncio o fumeiro que se aproxima, pacientes...
Rever os dez episódios de "
Band of Brothers" em sessão contínua - é verdade. Morrerei um urbanita... Mas, aqui, basta por um pé fora de casa e tudo em volta é Natureza. Não se vê uma casa, até onde a vista alcança; apenas pinheiros, vinha e, claro, oliveiras e laranjeiras (Al-Baiaz...). Os seis gatitos vão desfazendo os canteiros das flores, para sua felicidade e desespero da minha sogra; rodopiam ao sol como panteras minúsculas, sob o olhar atento e descansado da sua mãe negra.
Uma brisa faz as folhas murmurar...
Devo ser parvo por não querer viver aqui, mas não consigo.
Amo o Porto. Nunca o deixarei.
E um grito chama o meu olhar para o infinito. Lá está ele, majestoso; dono e senhor deste espaço. E parece dizer-me "eu sei; eu sei..." Um falcão em Al-Baiaz. É um bom presságio.
Al-Baiaz, (árabe) Falcoeiro.
(edição e publicação: Web.bar - Alvaiázere)
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