Lido em
Dicionário do diabo:
--- início de transcrição ---
17.7.03
(...)
Eu não concordo com nada do que o Partido Nacional Renovador defende, particularmente em matérias de política externa, matéria na qual estamos nos antípodas. Mas confesso que tenho uma certa simpatia por estes rapazes, e por uma simples razão: aprecio a coragem em política, e eles têm coragem. Quando lançam um cartaz em que anunciam o fim iminente de Portugal por causa de Europa, dos imigrantes e dos gays, há em mim um misto de repúdio, de divertimento e de admiração. Aí está um grupo de gente que diz o que realmente pensa, que defende posições minoritárias e mesmo malditas, que não se esconde atrás de eufemismos e de cortinas de fumo. É evidente que lhes acho graça porque são meia-dúzia, e não têm perspectivas sequer de estarem no parlamento; se tivessem o poder, como é óbvio, emigrava.
(...)
--- fim de transcrição ---
nota: destaque em
bold d'A Sombra
Pedro Mexia tem sido apontado como uma das referências da blogosfera portuguesa (sim, há mais), desde logo pela ligação à extinta Coluna Infame, símbolo de que o "monopólio cultural da esquerda" (esta designação é espantosa apenas pela inclusão da palavra "esquerda"), como PM gosta de se referir a este mito, não existe.
Desde o primeiro dia que o Dicionário do diabo tem estado entre os Blog Links d'A Sombra, fruto da constatação da qualidade do seu conteúdo. Do mesmo modo que JPP, por exemplo, permanece referênciado, apesar do que escreve, também PM é um exemplo de um "blogautor" merecedor de referência, pois como afirmou alguém, sabiamente, os "inimigos" (as aspas são aplicáveis na blogosfera) devem manter-se mais perto que os amigos.
Ao "folhear" o dicionário de Pedro Mexia, dei com o post mencionado acima e não pude deixar de o repudiar, não pelo facto de reconhecer o direito "à vida" do Partido Nacional Renovador (PNR), inalienável, em democracia, mesmo sabendo que uma das primeiras medidas do PNR, se no poder, seria negar esse direito a muitos partidos e organizações, mas pela sua afirmação extraordinária de, caso o PNR fosse Governo, se por a "mexer".
Não acredito que se trate de uma afirmação jocosa, brincando com o seu próprio apelido. Acredito que Pedro Mexia, caso o PNR fosse Governo, se punha mesmo a "mexer" daqui para fora. Talvez para regressar quando alguém fizesse alguma coisa para apear o PNR do poder, quem sabe, ou talvez para sempre.
Esta afirmação extraordinária talvez nos faça compreender a estupefacção de certos sectores da sociedade perante a atitude dos palestinianos perante o Sionismo. Mas porque diabo não se põem eles a "mexer" da Palestina para fora? Olha, como fizeram os judeus, que puderam, perante o Nazismo, pondo-se a "mexer" da Alemanha!
É sempre bom saber o espírito demissionário (1) desta gente, perante a hipótese da adversidade. Que o despacho não tarde, que faz falta.
(1) Não é uma chalaça, nem uma gralha. O espírito "de_missionário" é outra coisa.
Nota:
Demissionário, adj. Que pediu a demissão ou foi demitido e, quer num caso quer noutro, aguarda o despacho.
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