Já por diversas vezes participamos em trocas de ideias motivadas por sugestão do
Nuno P., da
Janela para o rio. Até agora, porém, excepto direccionamentos nas entradas que lhe dizem respeito, ainda não existia uma ligação para o seu blog, nem nos
Links Gerais d'A Sombra - o que foi um lapso.
Pois bem.
Não só entra na lista geral, como passa a constar em permanência da nossa lista de
Blog Links, nesta página. Já não era sem tempo.
Em jeito de desculpa, e com uma ironia que sei irá compreender, aqui fica um poema dedicado à
Janela para o rio.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Alberto Caeiro in Athena, n.4, 1925)
Um abraço ao
Nuno P.
Pel'A Sombra,
RS
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