sexta-feira, setembro 26, 2003

Jornalismo e preconceito


A propósito de uma entrada de Pedro Mexia, no Dicionário do Diabo, em que se fala do preconceito inerente ao jornalista e de como ninguém é isento.

Por isso me mato a rir com o Valete Fratres! e o seu trabalho hercúleo ao recolher a informação que mais lhe convém como mais lhe convém, acrescida, ocasionalmente, de alguns enfáticos comentários. Mas continuo a ler o Valete. Sempre que posso. É importante.

É claro que sim, Pedro, jornalismo e preconceito andaram sempre de mãos dadas, mesmo se apenas, e claro que todos devíamos ter disso consciência. Carlos Fino não é isento; José Manuel Fernandes não é isento; Fátima Campos Ferreira não é isenta (bom... antes ela que o "presunto com olhos - essa não é isenta; é Alberta, mesmo!)... Nenhum jornalista o pode ser. Nós não o podemos ser. Ninguém o é.

Por isso é tão importante cruzar informação extraída de diversas fontes de carácter oposto. Porque a informação é dada de bandeja, mas o conhecimento procura-se. E por isso é tão importante saber ler nas entrelinhas como nas linhas. Por isso é importante saber ver as imagens para além do comentário que as acompanha. Por isso são importantes os espaços de pura observação, como o "No comments" da Euronews, que todos podemos recriar em qualquer canal com um toque no telecomando ou um girar do volume de som. E sim, até as imagens sem comentário não são isentas.

Isenta deverá ser a nossa análise da informação, mas nunca o será, na verdade; pois os nossos olhos vêem e lêem sempre o que aprenderam a ver e ler. Por isso é importante entender, que toda a procura do conhecimento é aprender.

Mais um Graal para buscar... Entre tantos.

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